Volodimir Zelensky, presidente da Ucrânia, conversou neste domingo (3) com seu homônimo francês, Emmanuel Macron, sobre o funcionamento de um "corredor de grãos" e o reforço à segurança da região de Odessa, na costa noroeste ucraniana.
"Tive uma ligação com Emmanuel Macron. Agradeci à França pelo seu apoio, incluindo ajuda militar crucial. Discutimos os próximos pacotes. Concordamos que a França e as empresas francesas participarão no próximo Fórum das Indústrias de Defesa da Ucrânia. Discutimos também formas de garantir o funcionamento do corredor de grãos e de reforçar a segurança da região de Odessa", publicou Zelensky em sua conta na plataforma X, o antigo Twitter. Na postagem, o ucraniano ainda disse que tanto Ucrânia quanto França concordam em iniciar conversas "sobre garantias de segurança bilaterais".
A conversa entre Zelensky e Macron ocorreu horas depois de o exército russo bombardear a região portuária de Odessa. As forças russas dispararam 25 drones Shahed de fabricação iraniana ao longo do rio Danúbio nas primeiras horas deste domingo. O chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, descreveu o ataque como parte de um esforço russo "para provocar uma crise alimentar e fome no mundo". Moscou não comentou o ataque. Duas pessoas foram hospitalizadas após o ataque.
Nesta segunda-feira, os presidentes russo, Vladimir Putin, e turco, Recep Tayyip Erdogan, também irão discutir o acordo de grãos. Eles se reúnem no balneário de Sochi, na Rússia, para falar sobre a retomada dos embarques de alimentos da Ucrânia pelo acordo de grãos do Mar Negro, que Moscou rompeu em junho.
Erdogan foi o mediador, em conjunto com a Organização das Nações Unidas (ONU), do acordo fechado em julho de 2022 para que a Ucrânia, grande ator no mercado mundial de grãos, pudesse escoar sua produção. Em troca, a Rússia recebeu garantias de que seus produtos agrícolas também teriam a negociação facilitada pelo Ocidente, apesar das sanções impostas a Moscou devido à guerra.
Putin disse que a contrapartida não foi cumprida, e o turco já concordou com isso. No dia 17 de junho, o russo deixou o acordo e começou uma campanha de bombardeios contra a infraestrutura portuária ucraniana, isolando o principal terminal do país, Odessa.