Militares anunciam golpe de estado após eleições no Gabão e fecham fronteiras do país

Militares colocaram o presidente Ali Bongo em prisão domiciliar

Por Agência Estado

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O comitê eleitoral do Gabão anunciou que o presidente Ali Bongo Ondimba, 64 anos, venceu as eleições com 64% dos votos na manhã de quarta-feira (30). Em poucos minutos, ouviram-se tiros no centro da capital, Libreville. Uma dúzia de soldados uniformizados apareceram na televisão estatal ainda durante a manhã e anunciaram que haviam tomado o poder.

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Após a votação da semana passada, o Ministro das Comunicações do país centro-africano, Rodrigue Mboumba Bissahou, disse na televisão estatal que haveria um toque de recolher noturno a partir das 19 horas. Ele disse que o acesso à Internet estava sendo restrito indefinidamente, pois havia apelos à violência e esforços para espalhar desinformação.

Todas as votações realizadas no Gabão desde o regresso do país a um sistema multipartidário em 1990 terminaram em violência. Os confrontos entre as forças governamentais e os manifestantes após as eleições de 2016 mataram quatro pessoas, segundo dados oficiais. A oposição disse que o número de mortos era muito maior.

Temendo a violência, muitas pessoas na capital foram visitar familiares noutras partes do país antes das eleições ou abandonaram completamente o Gabão. Outros armazenaram alimentos ou reforçaram a segurança nas suas casas.

Outro grupo de soldados tentou um golpe em janeiro de 2019, enquanto Bongo estava no Marrocos se recuperando de um derrame, mas foi rapidamente derrotados.

O anúncio do golpe de estado pelos militares do Gabão ocorreu após o golpe militar no Níger em 26 de julho, tornando o Níger, o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois de Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso, que também sofreram golpes entre 2020 e 2022. 

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