Trinta mil pessoas receberam ordens de autoridades do Canadá para se retirar de suas casas devido a um incêndio florestal na província de Colúmbia Britânica, no oeste do país. As chamas se iniciaram há dias, mas neste domingo (20) oficiais relataram que a situação ficou ainda pior depois que elas se fundiram com as de outro incêndio.
Em meio ao aumento da intensidade das chamas, o primeiro-ministro do país, Justin Trudeau, disse que enviará soldados das Forças Armadas para auxiliar os bombeiros no controle do incêndio. A província está sob estado de emergência desde a noite de sexta-feira (18).
O fogo resultante desta fusão já cobre mais de 41 mil hectares da região de Shuswap, a 500 quilômetros a nordeste de Vancouver, segundo os bombeiros. Os ventos do norte favoreceram o avanço do incêndio, que destruiu vários edifícios da região -ainda não há um número exato.
Uma grande nuvem de fumaça permanece sobre a cidade de Kelown, 150 quilômetros ao sul de Shuswap. O município tem cerca de 150 mil habitantes, dos quais milhares tiveram que abandonar suas residências. Além das 30 mil pessoas que receberam ordem para sair de casa, 36 mil estão em alerta e prontas para se deslocar, indicaram as autoridades locais na noite de sábado (19).
"Enfatizamos a importância absoluta de seguir imediatamente as ordens de evacuação", disse o chefe de emergência da província de British Columbia, Bowinn Ma. "É uma questão de vida ou morte para as pessoas que estão nessas casas, mas também para os socorristas, que às vezes são forçados a voltar e pedir às pessoas que saiam", acrescentou.
Autoridades também pediram às pessoas que evitem viajar para zonas de incêndio e usem drones para tirar fotos, o que, segundo eles, prejudicaria o trabalho dos bombeiros -ao menos quatro resgatistas morreram enquanto trabalhavam.
O primeiro-ministro da Colúmbia Britânica, David Eby, impôs a proibição de viagens não essenciais no sábado, a fim de liberar acomodações para desalojados e bombeiros. Além disso, parte da rodovia TransCanada foi fechada; trata-se de uma via usada por milhares de motoristas e caminhoneiros que se dirigem a Vancouver, o porto mais movimentado do país.
Os incêndios também afetam o norte do Canadá, como a capital dos Territórios do Noroeste, Yellowknife, cercada há dias por focos, onde quase todos os seus 20 mil habitantes precisaram sair de casa.
O Canadá enfrentou fenômenos climáticos extremos nos últimos anos, cujas intensidade e frequência aumentaram devido à mudança climática. Mas, especialmente neste ano, o país vive uma temporada recorde de incêndios florestais: 14 milhões de hectares foram queimados, o dobro do último recorde, registrado em 1989. Cerca de 140 mil quilômetros quadrados de terra (quase o tamanho do Amapá) já foram queimados em todo o país neste ano.
Folhapress