O presidente Lula (PT) conversou nesta quarta-feira (16) com presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Segundo o brasileiro, o diálogo abordou temas como mudanças climáticas e uma ação desenvolvida entre os dois países para geração de empregos que será apresentada na Organização das Nações Unidas.
A conversa ocorreu por telefone e durou meia hora, segundo o Palácio do Planalto. O chanceler Mauro Vieira e auxiliares palacianos também acompanharam a ligação. De acordo com nota divulgada pelo governo, eles trataram da iniciativa conjunta "para o avanço do trabalho decente na economia do século XXI". A proposta dos dois países será apresentada na próxima Assembleia-Geral da ONU, em setembro.
Interlocutores do presidente dizem que não se trata de um acordo internacional, mas um documento com princípios básicos e cuidados, com um calendário de atividades previstas, que será lançado em parceria com a OIT (Organização Internacional do Trabalho).
"É a primeira vez que trato com um presidente interessado nos trabalhadores", disse Lula na ligação, segundo o comunicado do Planalto. "Suas políticas e discursos sobre o mundo do trabalho soam como música para os meus ouvidos e certamente juntos poderemos inspirar outros governantes a olhar para as questões dos trabalhadores."
Os líderes também discutiram a questão climática. Lula falou a Biden sobre as discussões da Cúpula da Amazônia, realizada na semana passada em Belém (PA), e sobre a preocupação com o meio ambiente na maior vitrine do governo, o Novo PAC, sujo slogan é "desenvolvimento e sustentabilidade".
"Mencionou ainda políticas de financiamento e investimentos para recuperação e reflorestamento de terras degradadas", diz o texto divulgado pelo governo. O brasileiro também voltou a convidar o americano para visitar o Brasil, incluindo um estado da região amazônica.
Segundo a nota do Planalto, Biden disse concordar "100%" com as preocupações de Lula, reconheceu a responsabilidade dos países desenvolvidos e a necessidade de apoiar nações em desenvolvimento para lidar com os efeitos da crise climática.
Lula também manifestou solidariedade a Biden pelas vítimas dos incêndios no Havaí - o número de mortos no que já é considerado o pior incêndio florestal em 100 anos nos EUA já passa de 100. Os dois presidentes vão se encontrar ao menos duas vezes no próximo mês: no G-20, em 9 e 10 de setembro, e na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em 15 de setembro.
Folhapress