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Relações Internacionais

- Publicada em 25 de Julho de 2023 às 17:22

Dilma se reúne com Putin antes de cúpula Rússia-África

Vladimir Putin manteve boa relação com Dilma durante seu mandato

Vladimir Putin manteve boa relação com Dilma durante seu mandato


Mikhail Metzel/SPUTNIK/AFP/JC
A ex-presidente brasileira Dilma Rousseff (PT) tem reunião marcada para esta quarta (26) com Vladimir Putin no Kremlin. Ela visitará o líder russo na condição de chefe do banco dos Brics, o bloco diplomático que une Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.
A ex-presidente brasileira Dilma Rousseff (PT) tem reunião marcada para esta quarta (26) com Vladimir Putin no Kremlin. Ela visitará o líder russo na condição de chefe do banco dos Brics, o bloco diplomático que une Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.
A visita não chegou a ser comentada com o Itamaraty. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), antecessor da gestão Dilma (2011-2016), tem pisado em ovos em relação à Rússia devido à posição de neutralidade crítica de Brasília acerca da Guerra da Ucrânia.
Nem sequer a embaixada brasileira em Moscou foi alertada da presença de Dilma, o que no Planalto foi visto como uma tentativa de manter separada a imagem da petista da de Lula. Ela, argumentam integrantes do governo, não representa o País, e sim o banco dos Brics.
Mas Dilma era vista com muita simpatia em Moscou nos seus mandatos. Ela esteve como presidente no país em três ocasiões, em 2012, 2013 e 2014, na última oportunidade em uma cúpula do Brics. Quando sofreu impeachment, em 2016, a imprensa estatal russa usava frequentemente a palavra golpe para definir o processo.
Na agenda de Putin, Dilma será recebida às 17h30min (11h30min em Brasília). O motivo mais ostensivo de sua presença é a provável participação na cúpula Rússia-África, uma demonstração ao Ocidente de que Moscou não está tão isolada quanto gostariam os Estados Unidos e seus aliados devido à guerra. Nesta terça, foi anunciado também que o russo irá à Turquia em data a ser definida e à aliada China, em outubro.
Com a invasão de 2022, a Rússia foi submetida ao mais draconiano pacote de sanções econômicas da história recente, sendo efetivamente desplugada do sistema internacional. Mas o país aprofundou laços econômicos com países ou aliados, como a China, ou neutros e próximos, como a Índia.
No caso brasileiro, a prioridade da relação econômica sempre guiou o Planalto. Uma semana antes da guerra, em fevereiro do ano passado, Jair Bolsonaro (PL) foi recebido por Putin em Moscou. Ele e Lula negaram o fornecimento de armamentos pedidos pela Ucrânia, e o petista ainda tem feito críticas constantes ao Ocidente no conflito.
Na ONU, contudo, o Brasil votou para condenar a invasão em duas ocasiões, diferentemente da Índia, que virou uma das maiores compradoras de petróleo barato dos russos, que perderam acesso aos mercados na Europa.
O fluxo comercial entre Brasília e Moscou cresceu ao longo de 2022, estimulado pela necessidade de manter o fornecimento de fertilizantes para o agronegócio brasileiro, e hoje 2/3 do óleo diesel importado pelo Brasil vêm da Rússia.
Ao mesmo tempo, Lula tem sofrido críticas constantes por sua tentativa de mediação no conflito, vista no Ocidente como condescendente com Putin. Enviou seu assessor Celso Amorim a Moscou e recebeu o chanceler Serguei Lavrov em Brasília. O petista até acabou baixando o tom de suas reservas à posição de Kiev, e foi admoestado pelo próprio presidente Volodimir Zelensky.