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Guerra na Ucrânia

- Publicada em 20 de Julho de 2023 às 18:09

Ucrânia repete Rússia e anuncia bloqueio no mar Negro

Ucranianos não têm mais navios de guerra para assediar barcos russos

Ucranianos não têm mais navios de guerra para assediar barcos russos


Olga MALTSEVA/AFP/JC
A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira (20) que vai considerar qualquer navio em trânsito para a Rússia ou para áreas ocupadas por Moscou em seu território um alvo militar legítimo. A medida foi uma resposta para anúncio idêntico, na mão inversa, feito pelos russos na véspera.
A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira (20) que vai considerar qualquer navio em trânsito para a Rússia ou para áreas ocupadas por Moscou em seu território um alvo militar legítimo. A medida foi uma resposta para anúncio idêntico, na mão inversa, feito pelos russos na véspera.
O mar Negro, palco de todas essas ameaças mútuas, tornou-se um foco renovado na Guerra da Ucrânia desde a segunda-feira (17), quando Vladimir Putin anunciou que não iria estender a participação russa no acordo que permitia a exportação de grãos ucranianos por rotas marítimas na região.
Os russos consideram que a contrapartida ao arranjo, na forma de facilitação para a exportação de grãos e fertilizantes russos apesar dos embargos internacionais que afastaram grandes seguradoras de navios com produtos de Moscou, não foi alcançada.
A Ucrânia até insinuou manter os transportes, pedindo proteção militar da Turquia, um membro da Otan (aliança militar do Ocidente) que controla a entrada e saída do mar Negro no estreito de Bósforo. Moscou respondeu com ataques aos portos ucranianos da região de Odessa e com a ameaça de considerar qualquer navio que rume ao país invadido como potencial transportador de ajuda militar.
Em seu anúncio, o Ministério da Defesa da Ucrânia provocou os russos, lembrando o afundamento do cruzador pesado Moskva, nau capitânia da Frota do Mar Negro baseada na Crimeia anexada, em abril do ano passado.
Há assimetria no potencial de dano de lado a lado. Os ucranianos não têm mais navios de guerra para assediar embarcações russas ou de outros países que rumem a portos controlados por Moscou. Mas, como a nota diz, podem causar estragos - Kiev opera mísseis antinavio próprios, como o Netuno que destruiu o Moskva e tem alcance de até 300 km.
Além disso, os ucranianos montaram com ajuda ocidental uma frota de drones marítimos, que já foram usados em ataques contra a sede da Frota do Mar Negro e, na segunda, contra a ponte que liga a Crimeia à Rússia.
Já Moscou tem experimentado dificuldades com sua Frota do Mar Negro, que devido ao risco associado aos drones e mísseis só participa à distância da guerra, quando alguma de suas cinco fragatas lança mísseis de cruzeiro Kalibr contra alvos na Ucrânia. Até hoje, o afundamento do Moskva simboliza a fragilidade naval que não se esperava dos russos.