Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Relações Internacionais

- Publicada em 12 de Julho de 2023 às 16:28

Sem adesão, Volodimir Zelensky pede mais armas para a Otan

Conformado, líder ucraniano segue no aguardo para entrar na organização

Conformado, líder ucraniano segue no aguardo para entrar na organização


/Ludovic MARIN/AFP/JC
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, voltou a criticar nesta quarta-feira (12) a falta de um cronograma de adesão à Otan, agora em uma entrevista ao lado do secretário-geral da aliança militar ocidental, Jens Stoltenberg. Mas baixou o tom da véspera e, conformado, disse que lhe faltam armas de longa distância para combater a invasão russa, iniciada há 504 dias.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, voltou a criticar nesta quarta-feira (12) a falta de um cronograma de adesão à Otan, agora em uma entrevista ao lado do secretário-geral da aliança militar ocidental, Jens Stoltenberg. Mas baixou o tom da véspera e, conformado, disse que lhe faltam armas de longa distância para combater a invasão russa, iniciada há 504 dias.
"Não vemos nenhum dos membros da Otan aqui em guerra, que estejam morrendo, sofrendo, defendendo seu próprio país. Por isso entendemos que as melhores garantias para a Ucrânia são estar na Otan", disse Zelensky.
Na terça (11), ele havia dito antes de viajar para a reunião de cúpula da Otan em Vilnius, na Lituânia, que a falta de um cronograma ou convite formal para ingressar no clube de 32 membros liderado pelos EUA era "um absurdo".
Ao longo do dia, quando ficou claro que a pressão não ia resultar em nada além de mais promessas e ajuda militar em um comunicado formal, Zelensky foi assumindo uma postura menos aguerrida, agradecendo a ajuda dos aliados que sustentam seu esforço contra as forças de Vladimir Putin. Nesta quarta, o tom conformista foi dado.
"Ninguém quer uma guerra mundial, somos civilizados, boas pessoas. Entendemos, é absolutamente claro que não é possível entrar na Otan estando em guerra”, disse Zelensky. "Claro que garantias, documentos, encontros de conselho são importantes, mas a tarefa mais importante agora é assegurar armas suficientes para o presidente Zelensky e suas Forças Armadas", afirmou o norueguês Stoltenberg, recém-conduzido a mais um ano no cargo que ocupa desde 2014.
O secretário-geral voltou a dizer que a "a Ucrânia está mais perto do que nunca" da Otan, ressaltando a criação do conselho entre a entidade e o país em guerra, além do fato de que foi removido um instrumento chamado MAP, que obriga anos de análises de eventuais acessos ao clube. Nas suas palavras, agora só faltará um passo, não dois para um ingresso futuro.
Seja como for, Zelensky não saiu de mãos vazias. Berlim ofereceu um suculento pacote de R$ 3,8 bilhões com mais 40 blindados e 25 tanques, ainda que modelos antigos reformados, além de outras armas. A França prometeu mísseis, que se vierem em boa quantidade podem fazer diferença, Reino Unido, Austrália e outros fizeram anúncios menores. Os desejados caças americanos F-16, por ora, estão só no horizonte.
A principal derrota política de Putin na cúpula, contudo, foi o fim do veto turco à entrada da Suécia na aliança, o que ainda deverá demorar um pouco, mas coloca fim à novela iniciada no ano passado. Em troca por seu gesto, Recep Tayyip Erdogan engorda seu capital político, deverá enfim receber caças F-16 dos EUA, poderá ver reabertura de negociações de adesão à União Europeia e provavelmente terá mais pressão sobre dissidentes de seu país na Suécia.
Putin, por sua vez, nada pode fazer além de reclamar, dado que hoje depende mais da amizade de Erdogan, que não adotou sanções contra a Rússia e tem diversos negócios em comum. Com efeito, a queixa do dia do Kremlin foi vaga, sobre a Otan "aumentar a insegurança e os riscos" com as promessas de garantias à Ucrânia.