Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

Selo Guerra na Ucrânia

- Publicada em 27 de Junho de 2023 às 15:59

Representante do Vaticano chega nesta quarta-feira à Rússia para negociar fim da guerra

Zuppi esteve no início do mês em Kiev, onde se encontrou com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky

Zuppi esteve no início do mês em Kiev, onde se encontrou com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky


Vatican News/Reprodução/JC
O Papa Francisco enviará à Rússia o cardeal Matteo Zuppi, de 67 anos, numa tentativa de abrir caminhos para o fim da Guerra da Ucrânia, em curso há 16 meses. A viagem está marcada para esta quarta-feira (28).
O Papa Francisco enviará à Rússia o cardeal Matteo Zuppi, de 67 anos, numa tentativa de abrir caminhos para o fim da Guerra da Ucrânia, em curso há 16 meses. A viagem está marcada para esta quarta-feira (28).
"O principal objetivo da iniciativa é estimular gestos de humanidade que ajudem a promover uma solução para a trágica situação atual e encontrar os meios para alcançar uma paz justa", disse o Vaticano em comunicado divulgado nesta terça-feira (27). Zuppi deve ficar dois dias na capital da Rússia, Moscou.
O Vaticano não divulgou detalhes da agenda nem com quem Zuppi deve dialogar. Se o cardeal encontrar Vladimir Putin, o italiano será um dos primeiros estrangeiros a se reunir com o presidente desde que um motim de mercenários ameaçou o governo russo - o movimento liderado por Ievguêni Prigojin, do Grupo Wagner, foi deflagrado na sexta-feira (23) e terminou um dia depois.
Segundo o jornal católico francês La Croix, Zuppi deve conversar com o patriarca Cirilo, chefe da Igreja Ortodoxa russa e aliado de Putin. O religioso russo apoia a ofensiva contra a Ucrânia e já disse que os países do Ocidente estão decadentes - o apoio à guerra divide comunidades cristãs ortodoxas no mundo.
Zuppi esteve no início do mês em Kiev, onde se encontrou com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, e autoridades religiosas. Sem detalhar em que pé estão as negociações, o cardeal italiano se limitou a dizer que as viagens aos países em guerra fazem parte de "um padrão para a resolução do conflito".
Antes, em viagem ao Vaticano em maio, Zelensky se encontrou com o Papa e o presenteou com um colete à prova de balas que havia sido usado por um soldado e foi posteriormente pintado com uma imagem de Nossa Senhora.
O pontífice argentino também discutiu o conflito no Leste Europeu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o visitou na semana passada, depois de uma cirurgia na região abdominal. O Vaticano espera que o brasileiro, por seu canal de diálogo aberto com Putin, possa contribuir nas negociações para o fim do conflito.
Lula mencionou durante o encontro a atuação do assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, enviado à Ucrânia e à Rússia, e afirmou que o auxiliar se encontrou em Roma com Zuppi. Segundo o brasileiro, ele e Francisco concordaram que é preciso haver vários atores envolvidos no diálogo sobre a paz para chegar a um denominador comum que leve a um acordo entre Kiev e Moscou.
"Estou de acordo com o Papa Francisco: é preciso ter gente envolvida em discutir a questão da paz. É preciso colocar os atores numa mesa de negociação, parar de atirar e tentar encontrar uma solução pacífica", disse Lula depois do encontro. "Já conversamos com Índia, Indonésia, China, na perspectiva de criar uma consciência e um grupo que possa construir a paz. Nesse aspecto, o Papa é uma pessoa extremamente importante, muito importante", acrescentou.