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Internacional

Chile

- Publicada em 26 de Junho de 2023 às 16:46

Chile passa pelas piores inundações em 30 anos

 Aerial view of the town of Hualqui, some 30 km south of Concepcion, in central Chile, taken on June 25, 2023, after heavy rains in the region caused the Biobio river to overflow. - Rains in central Chile have left two people dead while six are missing, 7,977 isolated and 3,383 have been left homeless, Interior Minister Carolina Toha reported on June 24. (Photo by GUILLERMO SALGADO / AFP)
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Aerial view of the town of Hualqui, some 30 km south of Concepcion, in central Chile, taken on June 25, 2023, after heavy rains in the region caused the Biobio river to overflow. - Rains in central Chile have left two people dead while six are missing, 7,977 isolated and 3,383 have been left homeless, Interior Minister Carolina Toha reported on June 24. (Photo by GUILLERMO SALGADO / AFP) Caption


GUILLERMO SALGADO/AFP/JC
As maiores inundações em quase 30 anos no Chile mataram pelo menos duas pessoas e deixaram mais de 10 mil ilhados, segundo a última atualização das autoridades locais, na noite de domingo (25). Equipes de resgate ainda buscam três desaparecidos no centro e no sul do país.
As maiores inundações em quase 30 anos no Chile mataram pelo menos duas pessoas e deixaram mais de 10 mil ilhados, segundo a última atualização das autoridades locais, na noite de domingo (25). Equipes de resgate ainda buscam três desaparecidos no centro e no sul do país.
O volume das chuvas, que começaram na última quinta-feira (22), destruiu 54 casas e danificou quase 3 mil, levando 2 mil pessoas para abrigos. A precipitação se concentrou na Cordilheira dos Andes, onde costuma ter neve, causando uma rápida erosão e o aumento no fluxo dos rios.
Algumas das regiões afetadas já haviam sido prejudicadas por grandes incêndios florestais que destruíram 439 mil hectares e deixaram 26 pessoas mortas durante o verão. Agora, a tragédia começou com o aumento do nível dos principais rios da região da capital, Santiago: o Mapocho e o Maipo.
Até recentemente, o primeiro era apenas um filete de água que corria a 30 km da cidade, devido à grande seca que atingiu o centro do Chile há dez anos. O rio chegou a registrar um déficit hídrico de 89% em relação à sua média histórica, segundo estimativas oficiais. Mas depois de uma precipitação de 150 mm em algumas horas, o leito do rio cresceu e a água transbordou em vários setores. "No sopé da cordilheira choveu em um dia e meio tudo o que choveu no ano passado em Santiago", disse o governador da região metropolitana da cidade, Claudio Orrego, em um relatório.
Já o fluxo do Maipo, principal rio da região sul da capital, aumentou dez vezes. "Estávamos incrédulos, não pensávamos que ia ser tanto", disse à agência de notícias AFP Loreto Ochoa, 38 anos, que foi retirada de sua casa pelas autoridades durante a noite. A empreendedora lembra que, na década de 1980, era normal ver a vazão do Maipo aumentar tanto durante o inverno, mas que há muitos anos ela não via uma chuva tão intensa.
O fluxo dos rios avançou em direção ao sul e causou inundações em diferentes pontos. A precipitação deixou debaixo d'água 80% da comuna de Coltauco, enquanto em Licantén, às margens do rio Mataquito, quase todas as construções estão inundadas, incluindo o hospital. A situação mais preocupante no último informe era ao longo do Maule, cuja vazão havia dobrado nas últimas horas, levando as autoridades a deslocar cerca de 1.800 moradores de Constitución, a 400 km de Santiago. As chuvas continuavam em direção ao sul na noite de domingo, mas a expectativa é que elas sejam menos intensas, segundo o comitê de emergência.
O funcionamento de algumas das principais estradas do país foi interrompido, como a que comunica o país de norte a sul e a que vai de Santiago até o porto da cidade de Valparaíso, no Pacífico. Houve danos também em pontes ferroviárias.
O aumento da frequência e da intensidade dos eventos extremos está ligado às mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, segundo cientistas e órgãos especializados no tema.