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Internacional

Guerra na Ucrânia

- Publicada em 06 de Junho de 2023 às 15:41

Explosão em represa da Ucrânia provoca inundações

Há ameaça de funcionamento da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa

Há ameaça de funcionamento da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa


Maxar Technologies/AFP/JC
Uma represa vital no Sul da Ucrânia, invadida pelos russos, foi destruída na madrugada desta terça-feira (6) em um incidente que pode inundar uma região em que moram mais de 16 mil pessoas e afetar o funcionamento da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. Russos e ucranianos se acusam pelo incidente na represa de Nova Khakovka, que fica na porção ocupada por Moscou em Kherson, no sul da Ucrânia.
Uma represa vital no Sul da Ucrânia, invadida pelos russos, foi destruída na madrugada desta terça-feira (6) em um incidente que pode inundar uma região em que moram mais de 16 mil pessoas e afetar o funcionamento da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa. Russos e ucranianos se acusam pelo incidente na represa de Nova Khakovka, que fica na porção ocupada por Moscou em Kherson, no sul da Ucrânia.
A Ucrânia acusou as forças russas de explodir a represa, alertando os residentes ao longo do rio Dnieper a se retirarem e avisando sobre inundações rio abaixo. O presidente Volodmir Zelensky convocou uma reunião de emergência para lidar com a crise.
Já a Rússia afirma que um ataque com artilharia durante a contraofensiva iniciada pelo governo ucraniano no domingo (4) teria atingido a represa. Modelos matemáticos indicam que a água da represa pode inundar Kherson entre 3 horas e 19 horas após o rompimento, a depender do volume de água.
Segundo analistas, a destruição favorece os russos, porque inunda a área de Nova Khakovka até a foz do rio Dnieper, que era represado desde 1956 para a geração de energia e o fornecimento de água para a Crimeia por meio de um canal. Isso pode afetar ações ofensivas ucranianas que exigissem o cruzamento do rio. A região fica ao norte da península anexada por Vladimir Putin em 2014.
As autoridades ucranianas já haviam alertado que o rompimento da represa poderia liberar 18 milhões de metros cúbicos de água e inundar Kherson e dezenas de outras áreas onde vivem mais de 16 mil pessoas, além de ameaçar um colapso na usina nuclear de Zaporizhia, que usa a água da represa para resfriamento dos seus reatores.
Represas como a de Nova Kahkovka são protegidas pelas leis da guerra e pela convenção de Genebra. Destruí-las é considerada crime de guerra similar ao uso de uma arma de destruição em massa.
O Artigo 56 do Protocolo Adicional da Convenção de Genebra diz que "obras e instalações que contenham forças perigosas, nomeadamente represas, diques e centrais geradoras de eletricidade nuclear, não devem ser objeto de ataque, mesmo quando esses objetos sejam objetivos militares, se tal ataque puder causar a liberação de forças perigosas e consequentes perdas graves entre a população civil".