No segundo dia consecutivo de ataques a Kiev, o governo da Ucrânia disse que a Rússia voltou a lançar mísseis e drones contra a capital, nesta segunda-feira (29). Trata-se de uma aparente mudança na estratégia militar de Moscou, que intensificou a ofensiva contra a cidade diante de uma esperada contraofensiva ucraniana e após a ação de grupos sabotadores em território russo.
A Força Aérea ucraniana disse que interceptou 37 dos 40 mísseis e 29 dos 35 drones usados no ataque. Segundo o governo da Ucrânia, detritos caíram em várias áreas de Kiev. No distrito de Podilskii, o telhado de uma casa pegou fogo, e ao menos uma pessoa precisou ser hospitalizada.
"O inimigo mudou de tática. Depois de ataques noturnos, a Rússia agora quer atingir regiões pacíficas de Kiev durante o dia, quando a maioria dos moradores está trabalhando e fora de casa", disse Serhii Popko, chefe da administração militar de Kiev. O comandante do Exército ucraniano, Valeri Zaluzhni, acrescentou que os alvos foram instalações militares e o que chamou de infraestruturas essenciais.
Na véspera, dia em que os ucranianos celebraram a data da fundação de Kiev, um homem de 41 anos morreu durante o que pode ter sido o maior ataque com drones feito pela Rússia na Guerra da Ucrânia.
A escalada da ofensiva em Kiev ocorre dias após os maiores ataques em território russo desde o começo do conflito no Leste Europeu, em curso há 15 meses. Autoridades de Moscou disseram que ucranianos cruzaram a fronteira e se infiltraram na cidade de Graivoron, enquanto Kiev afirmou que os atos foram realizados por grupos armados locais que se opõem ao Kremlin.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que os militares pró-Ucrânia foram mortos e expulsos. Vyacheslav Gladkov, governador da região russa de Belgorodo, disse, entretanto, que vários assentamentos continuavam sendo bombardeados por forças ucranianas nesta segunda.
Folhapress