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Internacional

Relações Internacionais

- Publicada em 29 de Maio de 2023 às 15:33

Lula vive 'momento histórico' e quer reaproximar Maduro da América Latina

Após oito anos, presidente venezuelano  voltou a ser recebido no País

Após oito anos, presidente venezuelano voltou a ser recebido no País


EVARISTO SA/AFP/JC
Em um encontro inesperado, sem agendamento prévio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta segunda-feira (29) a visita do também presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O líder brasileiro afirmou que o momento histórico já que "reflete uma política externa séria".
Em um encontro inesperado, sem agendamento prévio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta segunda-feira (29) a visita do também presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. O líder brasileiro afirmou que o momento histórico já que "reflete uma política externa séria".
"Depois de oito anos, Maduro volta a visitar o Brasil, e nós recuperamos o direito de fazer política de relações internacionais com a seriedade que sempre fizemos sobretudo com os países que fazem fronteira com o Brasil", disse o petista.
Lula deu uma declaração à imprensa ao lado de Maduro em Brasília. O venezuelano realiza visita ao oficial ao Brasil, anunciada de última hora pelo governo brasileiro. Ele ainda participa nesta terça-feira (30) de encontro proposto por Lula com presidentes da América do Sul, na tentativa de retomar planos de integração das nações da região. Com exceção de Dina Boluarte, do Peru, que enfrenta impedimentos constitucionais, todos os outros 11 líderes confirmaram presença.
A visita oficial de Maduro, como chefe de Estado, só entrou na agenda de Lula na manhã desta segunda, poucas horas antes do início dos ritos - vindas de chefes de Estado costumam ser divulgadas com muita antecedência
Maduro chegou no meio da manhã ao Palácio do Planalto, sendo recebido por Lula na rampa presidencial. Os dois, então, tiveram um encontro reservado, seguido de uma reunião ampliada, com a participação de assessores e ministros dos dois lados.
Do lado brasileiro, participaram, além de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, o assessor especial da Presidência Celso Amorim e os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Carlos Fávaro (Agricultura) Alexandre Silveira (Minas e Energia), e o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.
Maduro afirmou em suas redes sociais que o encontro foi um "feito histórico" e uma vitória da dignidade dos povos. "O resgate e o novo impulso da união entre Brasil e Venezuela é o caminho correto que vai nos conduzir até o desenvolvimento e a integração da Grande Pátria."
A agenda contou ainda com um almoço oferecido por Lula a Maduro e sua mulher no Palácio do Itamaraty. A última vez que o venezuelano esteve em Brasília foi em janeiro de 2015, para a cerimônia de posse de Dilma Rousseff, que inaugurou seu segundo mandato.
Sua entrada em território brasileiro depois acabou proibida: em 2019, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) editou uma portaria proibindo a entrada de autoridades de alto escalão do País.
A gestão Bolsonaro reconheceu à época Juan Guaidó, então líder da oposição venezuelana, como chefe de Estado legítimo da Venezuela. A portaria foi revogada no fim de 2022, pouco antes da posse de Lula.
Ao receber Maduro em Brasília, Lula ajuda a reabilitar o venezuelano na região, após anos de isolamento e de pressão diplomática contra o chavismo. Maduro também já manteve reuniões com seu homólogo colombiano, Gustavo Petro.