Em uma visita surpresa ao Reino Unido nesta segunda-feira (15), o presidente ucraniano Volodimir Zelensky conseguiu do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, uma promessa de envio de drones de longo alcance para combater a Rússia na guerra que já se arrasta há quase 15 meses e na qual uma contraofensiva ucraniana é iminente.
Zelensky fez uma verdadeira turnê pela Europa no último fim de semana, conversando com alguns dos líderes mais importantes do continente. No sábado, esteve na Itália, e, no domingo, na Alemanha e na França. Não por acaso, são os quatro países europeus que fazem parte do G-7 (ao lado de Estados Unidos, Canadá e Japão), as sete economias que se reúnem esta semana em Hiroshima.
O encontro de Zelensky com Sunak se deu na residência de campo do britânico, em Checkers. A dupla também discutiu o pedido de caças ocidentais no local. O Reino Unido, no entanto, se limitou a dizer que iniciaria o treinamento de pilotos ucranianos neste verão "de mãos dadas com os esforços para trabalhar com outros países no fornecimento de jatos F-16".
Em relação aos drones, Sunak afirmou que fornecerá centenas de mísseis de defesa aérea e outros sistemas aéreos não tripulados, incluindo novos drones de ataque com alcance de mais de 200 km. A expectativa é que sejam entregues nos próximos meses, e os modelos exatos dos drones em questão não foram informados.
Zelensky, por sua vez, voltou a dizer que seu Exército ainda não está pronto para lançar a tão esperada contraofensiva. "Nós realmente precisamos de mais algum tempo", disse, em uma mensagem que corre o risco de ser apenas contrapropaganda para não alertar os russos. "Não muito. Estaremos prontos em algum momento".
Moscou teme que o envio de novos armamentos e aviões do Ocidente para Kiev leve a guerra para dentro de seu território. Especula-se que a Ucrânia possa tentar capturar áreas na Rússia e usá-las como moeda de troca em possíveis negociações de paz.
Folhapress