A SpaceX, empresa de Elon Musk, lançou pela primeira vez nesta quinta-feira (20) o foguete mais poderoso da história, o Starship. O equipamento conta com 120 metros e bateu os recordes de capacidade em transporte espacial. O foguete torna possível o transporte de mais de 100 toneladas ao espaço, o que equivale a carregar um Boeing 747 com a área de carga cheia.
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O primeiro voo de teste estava previsto para a segunda-feira (17) mas foi adiado em razão de um problema de pressurização no estágio de propulsão. Um problema impediu a separação dos dois estágios do foguete. O Starship precisou ser destruído de forma remota ainda nos primeiros minutos de voo, mas já era previsto que o veículo não seria reutilizado.
O lançamento foi realizado a partir de Boca Chica, no Texas. O Starship supera outros foguetes, como o SLS, lançado em novembro como o mais poderoso do mundo em operação, e o Saturn V, usado nos anos 1960 e 1970 pelo programa espacial americano para as missões lunares Apollo.
O sucesso no primeiro voo do Starship muda as regras do jogo na competição entre as potências espaciais. Até então, o esforço concentrava-se em fazer satélites e cargas úteis tão pequenos e leves quanto possível. Agora, o diâmetro de nove metros e a capacidade para cargas maiores e mais pesadas promete tornar mais simples a construção de uma base na Lua, por exemplo.
Outras aplicações poderão se tornar possíveis, como transporte de pessoas e carga ponto a ponto em qualquer lugar da Terra em menos de uma hora. O Pentágono considera a possibilidade de ter no Starship um transporte para operações militares.
A ambição da empresa de Elon Musk é que o sistema seja totalmente reutilizável, com os dois estágios (um propulsor, denominado Super Heavy, e a nave propriamente dita, Starship) capazes de pousar de forma autônoma.
O Starship já está contratado pela Nasa para fazer o transporte das missões Artemis 3 e 4, programa que pretende levar astronautas de volta à superfície lunar.
Ao definir que faria a aquisição de um módulo de pouso tripulado para o programa Artemis por meio de concorrência, a agência espacial americana deixou para trás designs mais conservadores, como o da Blue Origin, de Jeff Bezos, e empresas mais tradicionais, como a gigante Boeing, ao optar pelo programa da SpaceX.
Surgido a partir da iniciativa independente da SpaceX, e com outro nome - Interplanetary Transport System – o programa faz parte da aspiração de Musk em um dia colonizar Marte. Entretanto, isso só será possível se o custo de cada lançamento cair drasticamente, o que demanda veículos baratos, reutilizáveis, que dispensem grande manutenção entre voos e possam ser reabastecidos no espaço. Além disso, os foguetes devem ser capazes de usar combustível facilmente produzido no planeta vermelho.
Folhapress