Com a capital do Sudão, Cartum, paralisada por um quinto dia de confrontos violentos, o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e o exército do Sudão concordaram com um novo cessar-fogo de 24 horas nesta quarta-feira (19), um dia depois que uma trégua proposta semelhante desmoronou em meio a tiros e explosões.
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O RSF apontou em um comunicado no Twitter que interromperia os combates às 18h no horário local (13h de Brasília). Os dois lados se acusaram sobre quem foi o responsável por violar o cessar-fogo anterior, que foi costurado na terça-feira (18).
Milhões de pessoas estão abrigadas em suas casas em Cartum e em outras cidades, aumentando o temor de uma catástrofe humanitária, já que os moradores estão com acesso limitado à comida e água. A eletricidade também é considerada escassa.
A Organização Mundial da Saúde informou que pelo menos 296 pessoas foram mortas e mais de 3 mil ficaram feridas desde o início dos confrontos no sábado, embora o número real seja provavelmente muito maior.
Moradores de vários bairros de Cartum disseram à Associated Press que puderam ver centenas de pessoas deixando suas casas, algumas saindo a pé e outras se amontoando em veículos. Os moradores aguardavam um cessar-fogo, mas com a falta de suprimentos, muitos decidiram arriscar uma fuga.
"Cartum se tornou uma cidade fantasma", apontou Atiya Abdalla Atiya, secretário do Sindicato dos Médicos, que ainda está na capital.
O Japão anunciou que estava mobilizando um avião militar para evacuar dezenas de cidadãos japoneses do Sudão, tornando-se a primeira nação a anunciar um plano de evacuação. Contudo, ainda não está claro como o plano será efetuado em meio ao fechamento do principal aeroporto de Cartum para voos. Os Estados Unidos anunciaram que não tem planos para uma evacuação coordenada.
Já o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que está em contato com os brasileiros que residem no Sudão e está tentando costurar ações de assistência conjunta com outras nações.