Coreia do Norte faz 2º teste de míssil em 3 dias como alerta a Washington e Seul

O regime de Kim Jong-un afirma que os exercícios militares entre seus inimigos nada mais são do que um ensaio para uma eventual invasão de seu território

Por Folhapress

People walk past a television screen showing a news broadcast with file footage of a North Korean missile test, at a railway station in Seoul on March 14, 2023. - North Korea fired two short-range ballistic missiles on March 14, 2023, Seoul said, Pyongyang's second launch in three days and the first since South Korea and the United States began their largest joint military drills in five years. (Photo by Anthony WALLACE / AFP)
A Coreia do Norte disparou mais dois mísseis balísticos de curto alcance nesta terça-feira (13), ao mesmo tempo em que a Coreia do Sul e os Estados Unidos realizam seus maiores exercícios militares conjuntos desde 2017. A ditadura comunista já havia lançado artefatos do tipo de um submarino no domingo (11) - na semana anterior, Kim Jong-un ordenou a seus militares que intensificassem treinamentos para responder a uma "guerra de verdade" caso necessário.
Os lançamentos desta terça foram detectados pelo Exército de Seul. De acordo com o órgão, os foguetes foram disparados da província norte-coreana de Hwanghae do Sul em direção ao mar do Japão entre 7h41min e 7h51min - 19h41min e 19h51min de segunda-feira (12), no horário de Brasília - e percorreram 620 quilômetros antes de caírem no oceano.
O Japão informou que os mísseis não caíram nos limites de seu território. Já os EUA e a Coreia do Sul garantiram que o teste não afeta a realização de seus exercícios conjuntos, iniciados na segunda-feira. Na data, o assessor de Segurança Nacional norte-americano, Jake Sullivan, afirmou que seu país não permitiria que "quaisquer passos da Coreia do Norte detenham ou constranjam ações que sentimos serem necessárias para salvaguardar a estabilidade na península coreana".
Com duração de 11 dias e batizados de Escudo da Liberdade, os treinamentos entre os dois aliados são os maiores em cinco anos. A dimensão é uma resposta às ameaças crescentes da Coreia do Norte, que no ano passado executou um número recorde de testes de armas - foram 90 mísseis balísticos e de cruzeiro lançados ao longo do ano, 23 deles em um único dia.
O regime de Kim Jong-un afirma que os exercícios militares entre seus inimigos nada mais são do que um ensaio para uma eventual invasão de seu território. No domingo, a mídia estatal norte-coreana, KCNA, afirmou que o país havia decidido tomar medidas práticas importantes de diasuassão militar e que as provocações dos EUA e da Coreia do Sul estavam "chegando a uma linha vermelha". Trata-se de um ciclo vicioso, já que o governo norte-americano e seus parceiros regionais também alegam agir devido às decisões tomadas pela ditadura ao norte.