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Rússia faz um dos maiores ataques aéreos da Guerra da Ucrânia
Operações visando a infraestrutura energética começaram em outubro, após o ataque de Kiev à ponte entre a Rússia e a Crimeia
A Rússia de Vladimir Putin fez na madrugada desta quinta (9) um dos maiores ataques aéreos desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado. Ao menos 81 mísseis, 6 deles modelos hipersônicos de última geração, e drones foram lançados sobre 13 das 24 regiões do país.
"Foi uma noite muito difícil", disse em redes sociais o presidente Volodimir Zelensky. Ao menos 11 pessoas morreram, 5 delas na cidade de Lviv, principal centro no extremo oeste do país e usualmente poupada de assaltos mais severos.
O Ministério da Defesa da Rússia disse em nota que o ataque foi "uma resposta aos atos terroristas organizados por Kiev em Briansk", em referência ao nebuloso incidente em que um suposto grupo de russos pró-Ucrânia invadiu duas vilas nessa região russa na fronteira dos dois países no dia 2, trocando tiros com forças policiais.
Na prática, Putin retomou sua campanha contra a infraestrutura energética ucraniana, já que os alvos eram majoritariamente estações de distribuição de eletricidade e centrais. As operações visando a infraestrutura energética começaram em outubro,
Na segunda (6), Zelensky e sua cúpula militar decidiram manter a defesa a qualquer custo, alegando que é possível quebrar a frente russa com o desgaste, o que parece difícil na prática. Além disso, eles temem que a queda de Bakhmut seja instrumental para expandir a ocupação de Donetsk, hoje a menos controlada por Moscou das quatro regiões anexadas ilegalmente pelo Kremlin em setembro.
A Rússia diz o mesmo: o ministro da Defesa, Serguei Choigu, prometeu novos avanços assim que a cidade for conquistada. Avaliações do grupo mercenário Wagner e da Otan dizem que cerca da metade de Bakhmut já está em mãos russas, e a aliança militar ocidental prevê sua queda em dias.
Seja como for, a musculatura militar russa parece menos frágil do que repetem quase todos os dias serviços de inteligência e Forças Armadas do Ocidente. Kiev está em um momento difícil da invasão, embora mesmo entre analistas russos que apoiam Putin não haja expectativa de nenhum avanço definitivo nos próximos meses.