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Vaticano

- Publicada em 08 de Março de 2023 às 17:53

Papa Francisco defende paridade salarial por gênero no Dia Internacional da Mulher

Na missa semanal no Vaticano, nesta quarta-feira, Francisco abençoou as mulheres presentes

Na missa semanal no Vaticano, nesta quarta-feira, Francisco abençoou as mulheres presentes


Handout/VATICAN MEDIA/AFP/JC
Folhapress
O Papa Francisco condenou a disparidade salarial entre homens e mulheres e defendeu a igualdade de oportunidades para elas em uma pensata divulgada pelo site oficial do Vaticano nesta quarta-feira (8), quando se celebra o Dia Internacional da Mulher.
O Papa Francisco condenou a disparidade salarial entre homens e mulheres e defendeu a igualdade de oportunidades para elas em uma pensata divulgada pelo site oficial do Vaticano nesta quarta-feira (8), quando se celebra o Dia Internacional da Mulher.
"Gosto de pensar que, se as mulheres tivessem acesso à igualdade de oportunidades, elas poderiam contribuir substancialmente para as mudanças necessárias para criar um mundo de paz", afirma o pontífice no texto, que serve de prefácio ao livro "More Women's Leadership for a Better World", ou "Mais liderança feminina para um mundo melhor", publicado pela editora italiana Vita e Pensiero. "É justo", prossegue ele, "que elas possam expressar essas habilidades em todos os âmbitos, não apenas naquele familiar, e possam ser remuneradas de maneira equânime em relação aos homens ao desempenhar papéis iguais".
A discussão sobre igualdade de gênero na Igreja Católica ganhou impulso na gestão do argentino, que levou mulheres a ganharem um protagonismo inédito no Vaticano. De acordo com dados da Santa Sé, a quantidade de mulheres que trabalham na Cúria Romana - isto é, a administração da Igreja Católica - quase triplicou desde a eleição de Francisco em 2013, indo de 812 para 3.114. Sua presença em comparação com a de funcionários homens também aumentou em relação ao papado anterior, e foi de 19,3% para 26,1%.
O menor Estado independente do mundo, com menos de mil habitantes, diz inclusive ser o único em que há paridade absoluta de remuneração em termos de gênero. Mesmo assim, as mulheres se queixam que o arcaísmo persiste intacto no catolicismo, seja na cúpula da igreja em Roma ou nas paróquias espalhadas pelo mundo. São as mulheres, geralmente irmãs consagradas, que servem padres, bispos e cardeais como empregadas domésticas, quase sempre sem nenhum direito reconhecido.
A possibilidade do diaconato feminino - primeiro degrau na ordenação na hierarquia católica, seguido por padres e bispos - também não avançou sob seu papado, embora o pontífice tenha criado uma comissão para discutir o tema em 2016.
Mulheres que trabalham no Vaticano ainda se queixam que as reformas de Francisco não impediram a permanência de uma certa mentalidade machista no coração da Igreja Católica. Em condição de anonimato, elas afirmaram à agência de notícias AFP que experimentam certo desdém recorrentemente, principalmente pelos clérigos.
Uma delas disse que tinha a sensação de ser tratada como uma estagiária, e citou comentários recorrentes sobre suas roupas ou sua aparência por parte de seus colegas. Outra se queixou que os homens com que convive agem de forma paternalista em relação a ela e outras colegas, reiterando, por exemplo, estereótipos de que as mulheres são mais sensíveis.
A caracterização é feita pelo próprio Papa, vide outro trecho da pensata publicada hoje pelo site do Vaticano: "As mulheres pensam de forma diferente dos homens. Elas são mais atentas à proteção do meio ambiente, e seu olhar não se volta para o passado, mas para o futuro. Elas sabem que dão à luz em meio ao sofrimento para alcançar uma grande alegria: conceder a vida e abrir novos e vastos horizontes. É por isso que as mulheres sempre querem a paz".
A italiana Luceta Scaraffia, que entre 2012 e 2019 comandou um suplemento feminino no jornal oficial do Vaticano, é uma das críticas do atual pontífice no que se refere às políticas para mulheres. Também à AFP, ela afirmou que as reformas de Francisco são essencialmente cosméticas e, na verdade, escondem uma mentalidade machista segundo a qual "as mulheres devem servir sem pedir nada em troca".
O Papa, aliás, também fez referência a elas durante sua missa semanal no Vaticano, também nesta quarta-feira. Na ocasião, abençoou as mulheres presentes e pediu uma salva de palmas para elas.
FOLHAPRESS
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