Gregos foram às ruas protestar contra a empresa ferroviária Hellenic Trains na noite de quarta-feira, um dia após a tragédia causada pela colisão de dois trens na mesma linha - o acidente, que provocou 46 mortes de acordo com contagem divulgada nesta quinta (2) pelo governo, é um dos piores da história do país. Atos foram registrados em Atenas e Thessaloniki. Na capital, as manifestações foram dispersadas por bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela polícia.
Uma greve foi programada pelo sindicato de ferroviários nesta quinta, alegando recusas sucessivas do governo de atender exigências para melhorar padrões de segurança. Assumindo após a renúncia de Kostas Karamanlis na quarta, novo ministro dos Transportes, Giorgos Gerapetritis, afirmou que assumiu uma investigação para estabelecer as causas do acidente, ainda desconhecidas.
Horas depois da tragédia, a polícia grega prendeu o chefe da estação, um homem de 59 anos, acusando-o de morte por negligência - ele negou as acusações, atribuindo o acidente a uma possível falha técnica.
Ao mesmo tempo, a imprensa registrou relatos de que o software de sinal eletrônico não estava funcionando, o que significa que a sinalização foi feita manualmente, e os sindicatos reclamam da escassez crônica de funcionários. A OSE, operadora estatal de infraestrutura ferroviária do país, não respondeu a pedidos de comentários nem emitiu uma declaração.
Os trens viajavam na mesma linha e se chocaram a cerca de 350 km ao norte da capital grega, Atenas, a velocidades que a mídia local reportou como superiores a 160 km/h, reduzindo um deles a uma massa mutilada de aço. Cerca de 350 pessoas estavam nos vagões.