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Guerra Na Ucrânia

- Publicada em 03 de Novembro de 2022 às 09:11

Usina nuclear de Zaporizhzhia fica totalmente sem energia após bombardeios russos

Os novos ataques russos acontecem em um momento de impasse sobre acordos

Os novos ataques russos acontecem em um momento de impasse sobre acordos


GENYA SAVILOV/AFP/JC
Agência Estado
A usina nuclear de Zaporizhzhia, localizada no sul da Ucrânia e considerada a maior da Europa, ficou totalmente sem energia nesta quarta-feira (2), depois que bombardeios russos danificaram as duas únicas linhas de alta tensão que conectam a usina à rede elétrica. Os novos ataques russos acontecem em um momento de impasse sobre o acordo para a liberação de grãos produzidos pela Ucrânia para exportação, e da negativa da ONU em investigar o armazenamento de armas biológicas por Kiev.
A usina nuclear de Zaporizhzhia, localizada no sul da Ucrânia e considerada a maior da Europa, ficou totalmente sem energia nesta quarta-feira (2), depois que bombardeios russos danificaram as duas únicas linhas de alta tensão que conectam a usina à rede elétrica. Os novos ataques russos acontecem em um momento de impasse sobre o acordo para a liberação de grãos produzidos pela Ucrânia para exportação, e da negativa da ONU em investigar o armazenamento de armas biológicas por Kiev.
A Energoatom, operadora estatal de usinas nucleares na Ucrânia, informou em sua conta no Telegram a desconexão elétrica da usina, localizada em território ucraniano, mas atualmente sob controle militar russo. "Ontem, 2 de novembro de 2022, as duas linhas de alta tensão restantes que conectam a central nuclear de Zaporizhzhia à rede elétrica da Ucrânia foram danificadas como resultado do bombardeio russo. A usina perdeu energia às 23h04 (horário local)", explicou.
A empresa acrescentou que, por questões de segurança, os 20 geradores a diesel de reserva que a usina possui foram ligados. Atualmente, a usina tem potência suficiente para atender às necessidades internas, com apenas nove geradores a diesel em operação. As unidades de energia número 5 e número 6, que estavam ativas, estão atualmente em processo de desativação, após os bombardeios, ressaltou Energoatom.
"Há diesel suficiente para manter os geradores de reserva por 15 dias se a energia na usina permanecer completamente cortada. Mas a contagem regressiva começa até a perda total de energia de Zaporizhzhia", especifica a nota. Ele acrescentou que "a capacidade da Ucrânia de garantir a segurança da usina nuclear é significativamente limitada devido à ocupação russa e à intrusão na administração da usina por representantes da Rosatom", a corporação estatal de energia nuclear da Rússia, que assumiu o controle de Zaporizhzhia.
A situação da usina nuclear, a terceira maior do mundo, preocupa a Ucrânia e seus países aliados, já que está localizada em uma região que foi anexada pela Rússia e onde estão ocorrendo intensos combates. As instalações da usina sofrem ataques desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, sobre os quais ucranianos e russos se acusam.
Acordo sobre grãos em risco
Os ataques à infraestrutura civil se intensificam em um momento em que Moscou tenta pressionar Kiev e seus aliados Ocidentais em outras frentes, que não o confronto militar.
No sábado passado, os russos haviam se retirado do acordo para permitir a exportação de grãos e produtos agrícolas da Ucrânia, costurado neste ano para impedir o desabastecimento alimentar do mercado internacional, após ataques à sua frota no Mar Negro.
De acordo com informações do Ministério da Defesa da Turquia, seis navios carregados com cereais zarparam nesta quinta-feira, 3, de portos ucranianos, após Moscou confirmar um retorno ao acordo, ao menos temporariamente. Embora tenha aceitado manter o corredor marítimo - que, até aqui, permitiu exportar 9,7 milhões de toneladas de cereais e produtos agrícolas - liberado, a Rússia afirmou que não oferece nenhuma garantia de ampliar o prazo do acordo, que se encerra em 19 de novembro.
Em outra frente de pressão, a Rússia condenou os países ocidentais de não se submeterem às regras definidas para todos os integrantes da comunidade internacional após o Conselho de Segurança da ONU rejeitar, na quarta-feira, uma resolução proposta pela Rússia que pedia uma investigação sobre o suposto envolvimento de Washington em um suposto desenvolvimento de armas biológicas na Ucrânia.
A Rússia havia pedido oficialmente na semana passada que a ONU investigasse essas acusações, que tem feito regularmente desde que invadiu a Ucrânia, em fevereiro. Rússia e China votaram a favor, Reino Unido, Estados Unidos e França - que têm direito a veto - votaram contra e outros dez países se abstiveram.
O texto pedia "a criação de uma comissão composta por todos os membros do Conselho de Segurança para investigar as acusações contra os Estados Unidos e a Ucrânia", dois países signatários da convenção que proíbe o desenvolvimento, a produção e o uso de armas biológicas.
O embaixador russo Dmitri Polianski lamentou o resultado da votação e denunciou a atitude dos países ocidentais, os quais "demonstraram que as regras não se aplicam a eles. É uma mentalidade colonial habitual. Estamos acostumados, sequer ficamos surpresos", acrescentou, prometendo que seu país irá retomar a denúncia durante a conferência de revisão da Convenção sobre a Proibição de Armas Biológicas, que terá início no fim do mês, em Genebra.
"Os Estados Unidos votaram contra essa resolução porque a mesma se baseia em desinformação, desonestidade, má-fé e total desrespeito" ao Conselho de Segurança, respondeu a embaixadora americana Linda Thomas-Greenfield. Essa resolução é "um marco do engano e das mentiras da Rússia", e "todos se deram conta, menos a China", destacou. (Com agências internacionais).
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