Paraguai é o único país na América do Sul que reconhece Taiwan como território independente

Acordos entre Taiwan e Paraguai na década de 1990 levou dezenas de taiwaneses ao país sul-americano

Por Folhapress

Cadets of Paraguay's Acosta Ñu Military Academy hoist the national flag during a ceremony commemorating the 485th anniversary of Asuncion, at the Palacio de Lopez presidential palace in Asuncion, on August 15, 2022. (Photo by NORBERTO DUARTE / AFP)
O governo chinês afirma que Taiwan é parte inalienável do território da República Popular da China - e a maior parte do mundo está com a China nessa, inclusive o Brasil. Mas o Paraguai é um dos poucos países que não segue essa linha, sendo o único da América do Sul que reconhece a ilha como um território independente.
A diplomacia entre os dois países começou em 1957 e intensificou-se entre 1995 e 1997, quando o presidente de Taiwan na época, Lee Teng-hui, visitou o Paraguai para assinar diversos tratados: transporte aéreo, protocolo de facilitação comercial, convênio no setor agrícola, acordos de importação e exportação, entre outros. Foi aí que as capitais Taipé e Ciudad de Asunción firmaram o convênio Hermandad. Até 1999, existiam acordos formais que ajudavam na emigração de taiwaneses ao Paraguai.
Por isso, há uma grande concentração de taiwaneses no país vizinho, especialmente na Ciudad del Este. Segundo o geógrafo e historiador Anísio Leite, os paraguaios têm interesse em receber mercadorias de Taiwan. Enquanto o país asiático busca apoio entre as nações menores para conseguir reconhecimento internacional e chegar a organizações internacionais, como a das Nações Unidas. Firmar acordos comerciais e de cooperação torna o Paraguai um aliado importante de Taiwan.
Já o Brasil, por pertencer ao Brics (países emergentes aliados: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), mantém relações mais fortes com a China. Os chineses compram nossa soja, nós compramos produtos importados de lá com taxas alfandegárias baixas por conta desse acordo.
Os EUA, por sua vez, reconhecem Taiwan como parte da sua estratégia de estancar o crescimento chinês, o que faz com que as tensões militares estejam afloradas.