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Rússia fecha gasoduto, e UE teme corte no fornecimento como retaliação
O fechamento durante dez dias de duas tubulações do Nord Stream 1, anunciado há alguns meses, deveria ser, em tese, uma formalidade técnica
O Nord Stream 1, principal gasoduto que transporta gás natural da Rússia para a Alemanha, fechou para manutenção nesta segunda-feira (11). Apesar de a interrupção estar programada, autoridades europeias temem que o Kremlin use a paralisação como pretexto para diminuir o fornecimento do combustível aos países-membros da UE, em uma possível estratégia do presidente Vladimir Putin para punir Bruxelas pelo apoio dado à Ucrânia na guerra com os russos.
O fechamento durante dez dias de duas tubulações, anunciado há alguns meses, deveria ser, em tese, uma formalidade técnica. Mas no contexto da guerra na Ucrânia e da disputa entre Rússia e os países ocidentais sobre a energia, ninguém consegue prever o que acontecerá.
O Ministério da Economia alemão informou que o fornecimento de gás ao país foi interrompido. "Tudo pode acontecer e temos de nos preparar para o pior", disse o ministro Robert Habeck.
Itália e Áustria também tiveram reduções no fornecimento de gás, em um terço e 70% respectivamente, informaram as empresas de energia italiana Eni e austríaca OMV. Os dois países são abastecidos em parte pelo gasoduto TAG, que passa pela Ucrânia, mas também pelo Nord Stream 1.
A Rússia, alegando um problema técnico, reduziu nas últimas semanas 60% do fornecimento de gás através do Nord Stream, uma decisão denunciada como "política" por Berlim. Em uma conferência de negócios no sul da França, o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, foi mais longe, dizendo que um corte total era "o cenário mais provável". Ele disse que "seria totalmente irresponsável ignorar esse cenário".
O gasoduto Nord Stream 1 bombeia cerca de 55 bilhões de metros cúbicos de gás natural sob o Mar Báltico para a Alemanha a cada ano, onde também é distribuído para outros países da Europa. Praticamente toda a União Europeia disse que se livrar do gás russo deveria ser uma prioridade, mas vários países membros continuam fortemente dependentes de Moscou.
Apesar de se esforçar para diversificar sua oferta desde a invasão da Ucrânia por Moscou, a Alemanha ainda depende da Rússia para cerca de 35% de seus suprimentos. Enquanto tenta construir reservas de gás antes do inverno, quando a demanda é mais alta para aquecimento nas residências, o governo alemão instou os consumidores a economizarem energia tomando banhos mais frios e usando menos ar condicionado. Alguns grandes proprietários residenciais foram mais longe, limitando o aquecimento noturno e água quente para os inquilinos.