O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o argentino Rafael Grossi, afirmou nesta quarta-feira (27) estar preocupado com a situação na usina nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa. Localizado na porção central do território ucraniano, o local está ocupado pelos russos.
Em entrevista à agência Associated Press, Grossi descreveu o cenário na usina como uma "luz vermelha piscando frequentemente". Até aqui, disse ele, as tentativas de acordar com Moscou uma visita da agência ao local falharam.
Ele afirmou que partes da usina precisam de reparos que não têm sido feitos, o que torna a situação insustentável. "Não pode haver nenhuma ação militar ao redor de uma usina nuclear. Isso é inédito em uma guerra se desenrolando em uma das maiores infraestruturas nucleares do mundo", seguiu o diretor da agência da ONU.
Ainda nos dias iniciais da guerra no Leste Europeu, um ataque de forças russas para tentar tomar a usina de Zaporíjia iniciou um incêndio na unidade. Após isso, tropas de Moscou assumiram o controle do local.
Grossi esteve na Ucrânia nesta semana, quando liderou uma missão à usina de Chernobyl, essa ao norte, no mesmo dia em que completaram-se 36 anos desde o acidente nuclear no local - terça-feira (26). A usina também foi ocupada pelos russos, que posteriormente deixaram o local.