A Comissão Europeia propôs nesta quarta-feira (27), suspender as tarifas de importações em todos os produtos da Ucrânia para a União Europeia durante um ano. A medida, descrita pela UE, como "um gesto sem precedentes de apoio a um país em guerra", deve aliviar a situação de produtores ucranianos diante da invasão militar por parte da Rússia.
Se aprovada, a suspensão também se aplicará para as medidas de "salvaguarda" da UE em vigor sobre as exportações de aço da Ucrânia pelo mesmo período. Para entrar em vigor, a proposta deve passar ainda pela consideração e aprovação do Parlamento Europeu e do Conselho da União Europeia.
Em nota, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, destaca que a agressão russa está afetando "gravemente" a economia ucraniana. Em conversa com o presidente Volodimir Zelensky, a líder europeia disse ter concordado na importância de uma "rápida e ampla" suspensão de tais tarifas para impulsionar a economia do país invadido. "O passo que estamos dando hoje responde a este chamado", afirmou.
Vice-presidente da Comissão e comissário para o comércio a UE, Valdis Dombrovskis destacou que o bloco composto por 27 países nunca adotou uma liberação de medidas comerciais como essa, no que chamou de "sem precedentes" na escala proposta, ao conceder à Ucrânia tarifa zero e acesso de quota zero ao mercado da UE. "Desde o início da agressão da Rússia, a UE priorizou a importância de manter a economia da Ucrânia funcionando, o que é crucial tanto para ajudá-la a vencer esta guerra quanto para se reerguer no pós-guerra".
No ano passado, as negociações bilaterais entre Ucrânia e UE alcançaram seu nível mais alto, com mais de 52 bilhões de euros movimentados - o dobro do registrado em 2016. Ambas as partes continham uma agenda "ambiciosa" de implementação de uma área de livre comércio profunda e abrangente, conforme a UE.