O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou na segunda-feira (25) que tanto a possibilidade de um novo conflito em escala global quanto a de uma guerra nuclear não deve ser subestimada. Em entrevista à televisão russa, o chanceler declarou que "o perigo (de uma guerra mundial) é grave, é real, não pode ser subestimado".
O novo recrudescimento na retórica russa ao Ocidente ocorre após a visita do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e do secretário de Defesa, Lloyd Austin, a Kiev no domingo (24). Após uma reunião de cerca de três horas com o presidente ucraniano, Volodmir Zelensky, Austin disse a jornalistas que a Ucrânia poderia vencer a guerra com "o equipamento certo" e "o apoio adequado". Durante a viagem, as autoridades norte-americanas anunciaram um pacote de ajuda militar adicional a Kiev estimado em US$ 700 milhões (R$ 3,4 bilhões).
Na manhã desta terça-feira (26), o ministro das Forças Armadas do Reino Unido, James Heappey, classificou as declarações de Lavrov como "bravata" e disse que a chance de a Rússia usar armas nucleares de forma tática na Ucrânia é mínima.
"A marca registrada de Lavrov ao longo de 15 anos ou mais em que ele é secretário de Relações Exteriores da Rússia tem sido esse tipo de bravata. Não acho que agora haja uma ameaça iminente de escalada", disse o ministro em entrevista a BBC.
Heappey também negou alegações do chanceler russo sobre a Otan estar lutando uma "guerra por procuração" na Ucrânia, e justificou as ajudas militares a Kiev como parte de um esforço bilateral de nações doadoras - e não uma iniciativa do bloco militar.