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Porto Alegre, domingo, 18 de maio de 2025.

Internacional

- Publicada em 25 de Março de 2021 às 15:53

Desencalhe de navio no Canal de Suez pode demorar semanas

Empresa japonesa Shoei Kisen Kaisha, proprietária do gigantesco porta-contêiner, admitiu que enfrenta 'dificuldade extrema' para desencalhar o navio

Empresa japonesa Shoei Kisen Kaisha, proprietária do gigantesco porta-contêiner, admitiu que enfrenta 'dificuldade extrema' para desencalhar o navio


CNES/AFP/JC
A navegação no Canal de Suez foi suspensa temporariamente nesta quinta-feira (25), até que as autoridades consigam retirar o gigantesco navio porta-contêineres Ever Given, que encalhou na quarta-feira (24). A embarcação - que mede, em comprimento, o mesmo que o Empire State Building tem de altura - bloqueia a passagem de qualquer navio em uma das rotas comerciais mais importantes do mundo, que liga Europa e Ásia.
A navegação no Canal de Suez foi suspensa temporariamente nesta quinta-feira (25), até que as autoridades consigam retirar o gigantesco navio porta-contêineres Ever Given, que encalhou na quarta-feira (24). A embarcação - que mede, em comprimento, o mesmo que o Empire State Building tem de altura - bloqueia a passagem de qualquer navio em uma das rotas comerciais mais importantes do mundo, que liga Europa e Ásia.
"As autoridades marítimas indicaram que 13 navios do comboio norte (procedentes do Mar Mediterrâneo) (...), que deveriam passar, estão atracados em áreas de trânsito até que a operação de retirada seja concluída", afirmou o porta-voz da Autoridade do Canal de Suez (SCA, na sigla em inglês), George Safwat.
Ao mesmo tempo, a empresa japonesa Shoei Kisen Kaisha, proprietária do gigantesco porta-contêiner, admitiu que enfrenta uma "dificuldade extrema" para desencalhar o navio. Equipes de resgate da Holanda e do Japão foram contratadas para traçar um plano para fazer o navio voltar a flutuar e sair do local. A Evergreen Marine Corp, de Taiwan - que opera a embarcação - disse que a empresa holandesa Smit Salvage e a japonesa Nippon Salvage foram indicadas pelo armador do navio. Elas vão trabalhar ao lado de seu capitão e SCA.
A operação, no entanto, pode demorar até semanas, segundo Peter Berdowski, diretor executivo da Royal Boskalis - controladora da empresa holandesa contratada. "É realmente uma baleia muito pesada na praia, por assim dizer", afirmou ele em um programa de TV na Holanda. E completou: "não quero especular sobre isso, mas pode levar dias ou semanas."
Ainda de acordo com o diretor executivo do grupo holandês, uma série de fatores precisarão ser avaliados para definir a estratégia de desencalhe, considerando o tamanho do navio e o peso de sua carga. "Vamos examinar a quantidade de petróleo que ele leva, a quantidade de água. São cálculos complexos", disse.
"A Evergreen Line continuará a coordenar com o armador e a Autoridade do Canal de Suez para lidar com a situação com a maior urgência, garantindo a retomada da viagem o mais rápido possível e para mitigar os efeitos do incidente", disse a empresa em um comunicado.

Quase 19 mil embarcações usaram a rota em 2020

Local do encalhe, o canal de Suez é uma das principais rotas de comércio marítimo do mundo, ligando Europa e Ásia, sem a necessidade de contornar o continente africano - o que representa 6.000 km a menos entre Cingapura e Roterdã. Quase 19 mil embarcações usaram o Canal de Suez ano passado, segundo a SCA.
Um incidente como o desta semana tem grandes consequências, porque 10% do comércio marítimo internacional passa por esta via, segundo os especialistas. O bloqueio do canal provocou um aumento de quase 6% no preço do petróleo na quarta-feira, motivado pelos temores sobre o abastecimento. "As consequências sobre os preços dependerão da duração do bloqueio", afirmou Bjornar Tonhaugen, da consultoria Rystad.
"Nunca vimos nada como isto antes, mas é provável que o congestionamento se prolongue por vários dias ou semanas, para ser reabsorvido, pois deve ter um efeito cascata sobre os outros comboios, horários e mercados mundiais", afirma Ranjith Raja, diretora de pesquisas sobre o petróleo do Oriente Médio e o Mar na empresa Refinitiv, que compila dados financeiros e outras informações.
Quanto aos custos de desencalhar o navio, a Evergreen informou que, como a embarcação é fretada, todas as responsabilidades "pelas despesas incorridas na operação de recuperação, responsabilidade de terceiros e o custo do reparo (se houver) é do proprietário", que é o grupo japonês Shoei Kisen.

Ventos fortes podem ser uma das causas do incidente com o cargueiro

O Ever Given, um navio de mais de 220 mil toneladas que seguia para Roterdã procedente da Ásia, encalhou na madrugada de quarta-feira e ficou atravessado, bloqueado na ala sul do Canal de Suez. Os especialistas citam os ventos fortes como uma das causas do incidente com o cargueiro de 60 metros de altura. A SCA também mencionou uma tempestade de areia, um fenômeno comum no Egito nesta época do ano, que reduz a visibilidade e provocou o desvio do navio.
A empresa Bernhard Schulte Shipmanagement (BSM), que tem sede em Cingapura e é responsável pela gestão técnica do Ever Given, informou que os 25 membros da tripulação estão a salvo. Não há contaminação nem danos na carga do navio, que tem capacidade para mais de 20 mil contêineres.
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