O Comitê Judiciário do Senado dos Estados Unidos aprovou, na manhã desta quinta-feira (22), a
nomeação da juíza Amy Coney Barrett, feita pelo presidente Donald Trump, para ocupar a vaga vitalícia na Suprema Corte americana. A decisão abre caminho para a votação no plenário que deve confirmar Barrett no cargo na próxima segunda-feira (26).
Por 12 votos a zero, os senadores avançaram no cronograma de aprovação ignorando o boicote organizado por dez senadores democratas que fazem parte do Comitê Judiciário mas se recusaram a participar da votação.
Trump nomeou Barrett para ocupar a vaga de
Ruth Bader Ginsburg, ícone progressista da Justiça americana que morreu em setembro, aos 87 anos. A indicação, entretanto, é
contestada pelos democratas por ser muito próxima da eleição marcada para 3 de novembro e ignorar um precedente do governo de Barack Obama.
Em 2016, os republicanos do Senado se recusaram a analisar a indicação de Merrick Garland, feita por Obama, sob o argumento de que o processo de confirmação não deveria ocorrer tão próximo das eleições daquele ano.
Com o partido de Trump ocupando 53 das 100 cadeiras do Senado neste ano, Barrett deve ser aprovada pela maioria na segunda-feira (26) sem grandes dificuldades. A confirmação também deve ser explorada politicamente por Trump como forma de acenar à sua base mais conservadora e tentar reverter a desvantagem apontada pelas pesquisas de intenção de voto.
Com Barrett na Suprema Corte, a mais alta instância da Justiça americana passará a ter
ampla maioria conservadora (6 a 3), o que o campo progressista considera uma ameaça de retrocesso em relação à conquistas de direitos civis históricos.