Após enfrentar
alta recorde de casos de Covid-19 na última semana, Portugal vai endurecer medidas de restrição no país, que volta agora ao estado de calamidade - o mais grave antes do estado de emergência.
Entre as medidas estão a proibição de reunião de grupos com mais de cinco pessoas e o aviso de que o governo vai propor ao Parlamento com urgência lei que torna obrigatório o uso de máscaras nas ruas. Enquanto a legislação não muda, a utilização do item ao sair de casa passa a ser "fortemente recomendado". Até agora, a proteção só era obrigatória em espaços fechados e nos transportes públicos.
O governo também pretende que o Parlamento aprove a obrigatoriedade do uso do aplicativo oficial Stay Away Covid, que rastreia contatos com infectados pelo coronavírus, no ambiente de trabalho, em escolas e universidades e por forças de segurança.
Foi anunciado ainda que a polícia e as autoridades sanitárias vão intensificar as fiscalizações, especialmente quanto a empresas e restaurantes. Os valores das multas para o descumprimento das regras subiram e podem chegar a até € 10 mil (aproximadamente R$ 65 mil).
Em discurso ao país na tarde desta quarta-feira (14), o primeiro-ministro, o socialista António Costa, voltou a apelar à responsabilidade individual dos portugueses. "Precisamos assentar o controle da pandemia nos comportamentos individuais de cada um de nós e no apelo à responsabilidade individual para todos contribuirmos para controlar esta pandemia", afirmou.
Após uma série de casos de estudantes estrangeiros contaminados em festas universitárias na região do Porto, o primeiro-ministro também anunciou a proibição de todas as festas e eventos acadêmicos, como recepção de calouros e trotes, que em Portugal se chamam praxes.
Assim como vários países europeus, Portugal enfrenta uma trajetória de alta nas infecções por Covid-19. Os casos vêm se agravando particularmente desde meados de agosto. Nesta quarta, o país bateu seu recorde de novas infecções diárias desde o início da pandemia: 2.072 pessoas diagnosticadas.
Com os novos casos majoritariamente entre jovens, que têm menor propensão a complicações decorrentes da doença, o número de morte permanece relativamente baixo. Até agora, o país registrou 91.193 contaminações e 2.117 mortes, de acordo com dados do governo português.