A situação na Itália em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) tem piorado a cada dia. Nesta quinta-feira, a Defesa Civil italiana informou que o número de mortos em decorrência do novo coronavírus subiu para 3.405, um aumento de 427 óbitos em apenas 24 horas. Com isso, o país ultrapassa a China na quantidade de vítimas. Cerca de 3.245 pessoas morreram na China desde que a doença começou, no final do ano passado. O surto na Itália, epicentro da pandemia na Europa, começou no final de fevereiro. Na quarta-feira, a Itália registrou um recorde de 475 óbitos em 24 horas.
O país europeu tem um total de 41.035 pessoas infectadas com o novo coronavírus, sendo 33.190 casos ativos e 4.440 recuperados. A região da Lombardia, no Norte do país, continua sendo a mais afetada pela doença. Ao todo, foram registradas 2.168 mortes, sendo 209 em apenas um dia. Já o número de contágios é de 19.884, um aumento de 2.171 contaminações em 24 horas.
Na noite de quarta, o Exército italiano mobilizou 15 caminhões e 50 soldados para retirar de Bergamo cerca de 60 mortos em caixões que foram levados para crematórios de outras cidades, pois o local estava lotado e os corpos aguardavam em uma igreja. O único crematório da cidade está ativo 24 horas por dia há mais de uma semana, mas, em sua máxima capacidade, consegue incinerar cerca de 25 corpos por dia.
O presidente do conselho de ministros da Itália, Giuseppe Conte, decidiu prorrogar o fechamento das escolas e o controle das atividades individuais e empresariais no país em razão da pandemia do novo coronavírus. As medidas que fecharam escolas e parte do comércio e da indústria na Itália, tomadas no dia 5 março, deviam acabar, em relação ao comércio, no dia 25 de março e, em relação às atividades pessoais e escolares, no dia 3.
"Evitamos o colapso do sistema, as medidas restritivas estão funcionando. É óbvio que, quando alcançarmos o pico, o contágio começará a decrescer - ao menos percentualmente, esperamos em alguns dias -, mas não poderemos voltar subitamente à vida de antes", afirmou Conte ao jornal Corriere della Sera. O primeiro-ministro afirmou, ainda, que serão aplicadas "sanções legais" contra quem transgredir as proibições. "É preciso usar o bom senso e agir com a máxima prudência." Caso o desrespeito às regras se mantenha, Conte afirmou que o governo "deve agir".
As declarações foram dadas depois que Conte se reuniu por videoconferência com os ministros de seu governo, no qual foram definidos critérios para a liberação de € 25 bilhões para a saúde e para a manutenção de empregos. Além disso, ele revelou que o governo prepara um pacote de obras públicas para preparar a retomada da economia após a crise do coronavírus.