Das mais de 600 escolas estaduais impactadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, oito ainda não retornaram para seus prédios originais. Segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), os colégios somam 2.294 estudantes. Além dos impactos perceptíveis na infraestrutura, alunos e professores lamentam as perdas no ensino, também considerando o período de pandemia pouco tempo antes.
Os 871 alunos do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco - o Castelinho, em Lajeado -, são recebidos na Universidade do Vale do Taquari (Univates). O segundo maior, em números, é o Colégio Estadual Tereza Francescutti, em Canoas, na Região Metropolitana. Os 686 alunos, atualmente, estão na Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco. Outras seis escolas também não retornaram aos prédios originais. Por enquanto, não há um prazo definido para o retorno.
Os 871 alunos do Colégio Estadual Presidente Castelo Branco - o Castelinho, em Lajeado -, são recebidos na Universidade do Vale do Taquari (Univates). O segundo maior, em números, é o Colégio Estadual Tereza Francescutti, em Canoas, na Região Metropolitana. Os 686 alunos, atualmente, estão na Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco. Outras seis escolas também não retornaram aos prédios originais. Por enquanto, não há um prazo definido para o retorno.
Localizada em uma das áreas mais altas de Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, a EEEM Professor Américo Braga Netto era um dos locais considerados mais seguros, mas isso até a água chegar em maio de 2024. “O dia primeiro de maio era um feriado, mas recebi uma mensagem da coordenadora regional de educação para assistirmos a live do governador. Quando recebi aquela mensagem, pensei: meu Deus! O que vem por aí não é coisa boa”, lembra, assustada, a diretora Adriana Rosa.
A água do rio Jacuí atingiu a escola com a força equivalente ao rompimento de uma barragem e, consequentemente, a primeira preocupação da direção foi com os alunos. Segundo a diretora, uma busca ativa foi realizada, principalmente, por meio de grupos do WhatsApp, na tentativa de unir a rede novamente. “Durante aqueles dias, quando não era possível chegar tanto na escola quanto em nossas casas, trabalhamos dessa forma, resgatando nossos alunos”, detalha.
A água do rio Jacuí atingiu a escola com a força equivalente ao rompimento de uma barragem e, consequentemente, a primeira preocupação da direção foi com os alunos. Segundo a diretora, uma busca ativa foi realizada, principalmente, por meio de grupos do WhatsApp, na tentativa de unir a rede novamente. “Durante aqueles dias, quando não era possível chegar tanto na escola quanto em nossas casas, trabalhamos dessa forma, resgatando nossos alunos”, detalha.
Mesmo praticamente incomunicável, o estudante Thiago Carvalho Soares, de 17 anos, sentiu a preocupação da comunidade escolar. “Fiquei sem o meu celular no começo das enchentes. Quando recuperei o aparelho, percebi que a escola entrou em contato em diferentes momentos”. O cenário também se repetiu em outras regiões do Estado impactando milhares de estudantes.
Depois da união, as atividades, aos poucos, foram retomadas. O impacto, no entanto, ainda é sentido, especialmente, em alunos da reta final do Ensino Médio. “Uma aula presencial com o professor é muito melhor do que uma atividade enviada no grupo, nós já tínhamos vivido isso com a pandemia e, agora, novamente com as enchentes”, complementa Soares. De acordo com ele, no retorno para sala de aula foram realizadas atividades de revisão dos conteúdos.
Conforme a Seduc, foram destinados R$ 72 milhões por meio do programa Agiliza para a recuperação da rede. Além disso, a campanha Mochila Cheia entregou 29 mil kits para escolas de todo o Estado, outros R$ 18,2 milhões adicionais foram destinados para merenda escolar. O governo gaúcho também trabalha com a criação de estruturas resilientes, as unidades fazem parte da agenda da educação para os próximos 10 anos.
Depois da união, as atividades, aos poucos, foram retomadas. O impacto, no entanto, ainda é sentido, especialmente, em alunos da reta final do Ensino Médio. “Uma aula presencial com o professor é muito melhor do que uma atividade enviada no grupo, nós já tínhamos vivido isso com a pandemia e, agora, novamente com as enchentes”, complementa Soares. De acordo com ele, no retorno para sala de aula foram realizadas atividades de revisão dos conteúdos.
Conforme a Seduc, foram destinados R$ 72 milhões por meio do programa Agiliza para a recuperação da rede. Além disso, a campanha Mochila Cheia entregou 29 mil kits para escolas de todo o Estado, outros R$ 18,2 milhões adicionais foram destinados para merenda escolar. O governo gaúcho também trabalha com a criação de estruturas resilientes, as unidades fazem parte da agenda da educação para os próximos 10 anos.
Em Porto Alegre, uma das instituições símbolo da retomada pós-enchente foi a Escola de Educação Básica Doutor Liberato Salzano. Com o auxílio do Instituto Floresta, o espaço foi totalmente recuperado, ganhou novos equipamentos e está pronta, acolhendo 1,6 mil alunos no bairro Sarandi, Zona Norte da Capital, uma das mais atingidas pelas águas.
Mais de 644 escolas municipais foram impactadas, aponta Undime

Em Porto Alegre, todas as escolas da rede municipal já retornaram as atividades nos prédios originais
Jamil Aiquel/Especial/JCAlém da rede estadual, um levantamento preliminar, realizado pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) do Rio Grande do Sul, aponta que 644 das 3.745 escolas municipais foram severamente afetadas pela catástrofe climática de 2024. Não há um número exato de quantas retornaram.
Em Porto Alegre, um dos exemplos é a escola Liberato Salzano, localizada no bairro Sarandi, na Zona Norte. “Nossa preocupação, no início, era ver o que sobrou. Depois, para onde iriam os alunos”, conta a vice-diretora Rosella Bruxel de Quadros. A Liberato é a maior escola da rede municipal na Capital, com 1,7 mil alunos.
Em Porto Alegre, um dos exemplos é a escola Liberato Salzano, localizada no bairro Sarandi, na Zona Norte. “Nossa preocupação, no início, era ver o que sobrou. Depois, para onde iriam os alunos”, conta a vice-diretora Rosella Bruxel de Quadros. A Liberato é a maior escola da rede municipal na Capital, com 1,7 mil alunos.
A água ocasionou danos em todo o térreo da instituição. Durante o período, os alunos foram realocados em outros espaços, incluindo igrejas, e contaram e passaram a ter aulas no sistema híbrido. “Simultaneamente, passamos a receber doações e conseguimos retornar também por conta disso”, lembra Rosella. A instituição contou com o apoio do setor público e privado.
Segundo a secretaria Municipal de Educação (Smed), 14 escolas próprias e 31 conveniadas foram alagadas. Todos os prédios já foram recuperados. Em nota, a pasta afirmou que R$ 50 milhões foram investidos na recuperação dos espaços.
Segundo a secretaria Municipal de Educação (Smed), 14 escolas próprias e 31 conveniadas foram alagadas. Todos os prédios já foram recuperados. Em nota, a pasta afirmou que R$ 50 milhões foram investidos na recuperação dos espaços.