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Publicada em 28 de Abril de 2025 às 15:54

Dmae investe R$ 300 milhões, mas combate aos alagamentos ainda é desafio em Porto Alegre

Durante um ano, alagamentos foram registrados com frequência em diferentes pontos da cidade

Durante um ano, alagamentos foram registrados com frequência em diferentes pontos da cidade

Gustavo Mansur/ Palácio Piratini/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Maio de 2024 segue presente na memória dos moradores de Porto Alegre - parte porque a água ocasionou danos irreversíveis e parte porque situações semelhantes, como alagamentos e falta de energia elétrica, se repetem quase mês a mês. Durante um ano, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) investiu R$ 300 milhões em medidas relacionadas à enchente.Nas Estações de Bombeamento de Água (Ebaps) - chamadas de casas de bomba -, a novidade, segundo o diretor-geral adjunto do Dmae, Vicente Perrone, é a instalação da telemetria, ainda no mês de abril. O sistema, instalado nas 23 unidades, permite que as informações sobre níveis da água sejam compartilhadas com uma central. “O sistema só pode ser testado com água nos poços. Não precisamos depender do operador para saber qual será o próximo passo. Conseguimos ver isso pelo sistema de operações”, complementa.
Maio de 2024 segue presente na memória dos moradores de Porto Alegre - parte porque a água ocasionou danos irreversíveis e parte porque situações semelhantes, como alagamentos e falta de energia elétrica, se repetem quase mês a mês. Durante um ano, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) investiu R$ 300 milhões em medidas relacionadas à enchente.

Nas Estações de Bombeamento de Água (Ebaps) - chamadas de casas de bomba -, a novidade, segundo o diretor-geral adjunto do Dmae, Vicente Perrone, é a instalação da telemetria, ainda no mês de abril. O sistema, instalado nas 23 unidades, permite que as informações sobre níveis da água sejam compartilhadas com uma central. “O sistema só pode ser testado com água nos poços. Não precisamos depender do operador para saber qual será o próximo passo. Conseguimos ver isso pelo sistema de operações”, complementa.

As obras definitivas já deveriam ter começado, mas, conforme o Dmae, houve um problema no contrato. O primeiro lote inclui as Casas de Bombas, localizadas na avenida Padre Cacique (12), no Centro Histórico (17 e 18) e na Vila Minuano (20). Uma concorrência pública será relançada nas próximas semanas. O certame, que estava em andamento desde janeiro, foi revogado. Ainda de acordo com o departamento, a medida foi tomada em razão da inabilitação de diversas empresas concorrentes, que demonstraram a exigência de qualificação técnica restritiva à competição.

Já o segundo lote, contempla as estações 5 (Vila Farrapos), 6 (bairro Anchieta/Aeroporto), 8 (Vila Farrapos) e 10 (Vilas Elizabeth, União e Nova Brasília). Por enquanto, o edital ainda não foi aberto. Desde dezembro do ano passado, as estações consideradas prioritárias contam com geradores e Quadros de Transferência Automática QTAs, na tentativa de agilizar o acionamento das bombas. Entre os novos projetos do Dmae, está a instalação de câmeras de videomonitoramento e criação de novas casas de bomba. O local e quantidade, no entanto, ainda não foram definidos.

Três comportas já foram fechadas definitivamente

Com as mudanças, o sistema funcionará de forma automatizada

Com as mudanças, o sistema funcionará de forma automatizada

Tânia Meinerz/JC
O sistema de comportas, instalado em 1970, conta com 14 estruturas localizadas entre a Ponte do Guaiba e a Usina do Gasômetro. Destas, apenas três foram fechadas definitivamente até o momento (3, 5 e 7). Conforme o Dmae, o mesmo ocorrerá com as passagens 8, 9, 10 e 13.

Com o fechamento definitivo, haverá uma redução de 105 metros da amplitude total das aberturas no muro. Outra concorrência pública, que prevê a substituição das comportas 11, 12 e 14, chegou ao fim com contrato assinado na ordem de R$ 8,2 milhões. Outras quatro comportas que integram o sistema de proteção contra cheias serão reformadas. O departamento alega que os portões 1, 2, 4 e 6 não apresentaram problemas na última cheia e receberão melhorias de vedação e mobilidade.

Com as mudanças, o sistema funcionará de forma automatizada, com motores hidráulicos. De acordo com o diretor-geral adjunto do Dmae, Vicente Perrone, a mudança deve ocorrer no período de seis meses.

Construção dos diques depende de questões habitacionais

Primeira etapa do dique do Sarandi foi concluída em janeiro

Primeira etapa do dique do Sarandi foi concluída em janeiro

/EVANDRO OLIVEIRA/JC
O sistema de diques, embora esteja em andamento, segue sem previsão de conclusão, principalmente, devido a questões habitacionais. Para continuidade das obras no dique do Sarandi, 57 famílias precisam ser removidas da rua Aderbal Rocha de Fraga. Destas, 32 aceitaram a demolição das residências. A situação, no entanto, é tratada na Justiça e o processo está suspenso.
A primeira fase – que compreende o trecho de 1,1km entre as Estações de Bombeamento de Água Tratada (Ebats) 9 e 10 – foi concluída em janeiro. Novas remoções serão necessárias para as intervenções nos diques da Asa Branca e Vila Dique. Processo este que ainda não foi iniciado. Já as obras de reforço e elevação dos diques da FIERGS e Sarandi, à cota de 5,8 metros, no primeiro trecho, devem ser concluídas até o início do mês de maio. O estudo, que deve elevar à cota de sete metros, segue em andamento.

Já a recuperação estrutural do Muro da Mauá, iniciada em agosto, deve ser concluída nas próximas semanas. O trabalho é conduzido pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), com apoio técnico e de fiscalização do Dmae.

Referente à drenagem da Capital, Perrone reforçou que “95% da área atingida recebeu, pelo menos, uma visita e uma limpeza feita”. De acordo com ele, são 22 caminhões atuando diariamente.


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