Porto Alegre, qua, 26/03/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 23 de Março de 2025 às 13:38

Expositores e comunidade celebram 47 anos do Brique da Redenção

Criado em 1978 por profissionais do ramo de antiquários, o Brique funciona desde 1982 na extensão da avenida José Bonifácio

Criado em 1978 por profissionais do ramo de antiquários, o Brique funciona desde 1982 na extensão da avenida José Bonifácio

Bárbara Lima/Especial/JC
Compartilhe:
Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
Andar pelo Brique da Redenção aos domingos é encontrar, de forma espontânea, as múltiplas manifestações e reivindicações de qualquer grande cidade: shows ao ar livre, truques de mágica para encantar as crianças, doação de animais, diversos tipos de expressões políticas e artísticas, venda de artesanato, antiguidades, comidas típicas de feira e, claro, muitos turistas que aproveitam para conhecer o parque no coração da capital gaúcha. Mas passear pelo Brique da Redenção também significa a certeza de rever velhos conhecidos e fortalecer o vínculo com a cultura local.Na comemoração dos 47 anos do Brique, realizada neste domingo (23), ocorreu o tradicional desfile de carros antigos do Veteran Car Club do Rio Grande do Sul (RS) em direção à feira. Além disso, houve uma mateada com distribuição gratuita de erva-mate e água quente para chimarrão e tererê.Na banca Charles Müller, especializada em futebol, os clientes não paravam de chegar. Entre as vozes, uma em espanhol pedia o distintivo do Peñarol, clube uruguaio. "Aqui atendemos pessoas de todos os lugares: alemães, espanhóis... Também falamos em inglês. O futebol é uma paixão que une as pessoas. E o legal de estar aqui é a troca que temos com os nossos clientes – nunca é só vender", considerou Ana Paula Dullius, que expõe no local ao lado do marido, de mesmo nome da banca, há quase 13 anos. No espaço, colecionadores encontram peças raras de times e eventos esportivos de diferentes épocas e lugares.Um local assim, considerado um cartão-postal de Porto Alegre, merecia mais atenção do poder público, na visão de Charles. "Isso aqui envolve a cidade inteira e deveria ser mais valorizado. Com frequência, vemos pessoas caindo nesses buracos da rua, os banheiros estão em péssimas condições, há furtos de cabos e estão sempre entupidos. Além disso, há poucas lixeiras. Como apresentar isso para um turista?", questionou. O casal, que mora em Cruzeiro do Sul, já cogitou deixar a feira, mas desistiu da ideia. "Temos um carinho muito grande pelo Brique. Se não viemos, parece que falta algo no domingo. Nossos clientes são amigos, é muito gratificante", afirmou Ana Paula, contando que eles precisam sair de madrugada da cidade para organizar tudo antes da feira começar.O casal Lisandra e Wagner Acosta estava com os dois filhos, mostrando uma banca de fantoches do Brique aos pequenos. "Sempre viemos para cá e estamos passando esse hábito para nossos filhos, para que continuem frequentando quando crescerem. É um passeio econômico, diverso e atrativo", disse Lisandra. Segundo ela, o que as crianças mais gostam é de comer pipoca dos ambulantes e visitar as bancas de brinquedos. "Tem domingo que a gente não quer vir, mas eles pedem. É um lugar familiar, que faz parte da nossa cultura", completou Wagner.A festa foi organizada pela Comissão Deliberativa do Brique da Redenção, com o apoio das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Eventos (SMDETE) e da Cultura (SMC), além do Shopping Total. A celebração integra a programação oficial do aniversário de Porto Alegre, que completa 253 anos em 26 de março.Criado em 1978 por profissionais do ramo de antiquários, o Brique funciona desde 1982 na extensão da avenida José Bonifácio. Concebido como uma feira a céu aberto, teve inspiração no Mercado de Pulgas, de Montevidéu, e na Feira de San Telmo, de Buenos Aires. Em 2005, uma lei estadual declarou o Brique da Redenção patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. Atualmente, o maior segmento de expositores na feira é o de artesanato, com mais de 180 bancas, seguido por 66 de antiguidades, 26 de artes plásticas e seis de gastronomia.
Andar pelo Brique da Redenção aos domingos é encontrar, de forma espontânea, as múltiplas manifestações e reivindicações de qualquer grande cidade: shows ao ar livre, truques de mágica para encantar as crianças, doação de animais, diversos tipos de expressões políticas e artísticas, venda de artesanato, antiguidades, comidas típicas de feira e, claro, muitos turistas que aproveitam para conhecer o parque no coração da capital gaúcha. Mas passear pelo Brique da Redenção também significa a certeza de rever velhos conhecidos e fortalecer o vínculo com a cultura local.

Na comemoração dos 47 anos do Brique, realizada neste domingo (23), ocorreu o tradicional desfile de carros antigos do Veteran Car Club do Rio Grande do Sul (RS) em direção à feira. Além disso, houve uma mateada com distribuição gratuita de erva-mate e água quente para chimarrão e tererê.

Na banca Charles Müller, especializada em futebol, os clientes não paravam de chegar. Entre as vozes, uma em espanhol pedia o distintivo do Peñarol, clube uruguaio. "Aqui atendemos pessoas de todos os lugares: alemães, espanhóis... Também falamos em inglês. O futebol é uma paixão que une as pessoas. E o legal de estar aqui é a troca que temos com os nossos clientes – nunca é só vender", considerou Ana Paula Dullius, que expõe no local ao lado do marido, de mesmo nome da banca, há quase 13 anos. No espaço, colecionadores encontram peças raras de times e eventos esportivos de diferentes épocas e lugares.

Um local assim, considerado um cartão-postal de Porto Alegre, merecia mais atenção do poder público, na visão de Charles. "Isso aqui envolve a cidade inteira e deveria ser mais valorizado. Com frequência, vemos pessoas caindo nesses buracos da rua, os banheiros estão em péssimas condições, há furtos de cabos e estão sempre entupidos. Além disso, há poucas lixeiras. Como apresentar isso para um turista?", questionou. O casal, que mora em Cruzeiro do Sul, já cogitou deixar a feira, mas desistiu da ideia. "Temos um carinho muito grande pelo Brique. Se não viemos, parece que falta algo no domingo. Nossos clientes são amigos, é muito gratificante", afirmou Ana Paula, contando que eles precisam sair de madrugada da cidade para organizar tudo antes da feira começar.

O casal Lisandra e Wagner Acosta estava com os dois filhos, mostrando uma banca de fantoches do Brique aos pequenos. "Sempre viemos para cá e estamos passando esse hábito para nossos filhos, para que continuem frequentando quando crescerem. É um passeio econômico, diverso e atrativo", disse Lisandra. Segundo ela, o que as crianças mais gostam é de comer pipoca dos ambulantes e visitar as bancas de brinquedos. "Tem domingo que a gente não quer vir, mas eles pedem. É um lugar familiar, que faz parte da nossa cultura", completou Wagner.

A festa foi organizada pela Comissão Deliberativa do Brique da Redenção, com o apoio das secretarias municipais de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Eventos (SMDETE) e da Cultura (SMC), além do Shopping Total. A celebração integra a programação oficial do aniversário de Porto Alegre, que completa 253 anos em 26 de março.

Criado em 1978 por profissionais do ramo de antiquários, o Brique funciona desde 1982 na extensão da avenida José Bonifácio. Concebido como uma feira a céu aberto, teve inspiração no Mercado de Pulgas, de Montevidéu, e na Feira de San Telmo, de Buenos Aires. Em 2005, uma lei estadual declarou o Brique da Redenção patrimônio cultural do Rio Grande do Sul. Atualmente, o maior segmento de expositores na feira é o de artesanato, com mais de 180 bancas, seguido por 66 de antiguidades, 26 de artes plásticas e seis de gastronomia.

Notícias relacionadas

Comentários

0 comentários