Porto Alegre, sex, 21/03/25

Anuncie no JC
Assine agora

Publicada em 19 de Março de 2025 às 16:29

RS teve mais de 12,2 mil internações causadas por falhas no saneamento em 2024

Do total de internações no RS no período, 5.719 foram relacionadas a doenças de transmissão feco-oral (diarreias)

Do total de internações no RS no período, 5.719 foram relacionadas a doenças de transmissão feco-oral (diarreias)

MARCO QUINTANA/JC
Compartilhe:
Juliano Tatsch
Juliano Tatsch Editor-assistente
O Rio Grande do Sul registrou 12.222 internações hospitalares causadas por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) em 2024. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Trata Brasil, que apresentou o estudo antecipando o Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março.
O Rio Grande do Sul registrou 12.222 internações hospitalares causadas por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) em 2024. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (19) pelo Instituto Trata Brasil, que apresentou o estudo antecipando o Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março.
As DRSAI são doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado por abastecimento de água deficiente, esgotamento sanitário inadequado, contaminação pela presença de resíduos sólidos ou condições de habitação precárias.
A taxa de incidência de DRSAI entre os gaúchos foi de 10,8 casos para cada 10 mil habitantes. No Brasil, a incidência foi de 16,2 casos por 10 mil pessoas.
O estudo do Trata Brasil aponta que, no Rio Grande do Sul, as mais altas taxas de incidência se concentram em municípios da região Noroeste gaúcha.
No Brasil inteiro, foram mais de 344 mil internações por doenças relacionadas ao saneamento inadequado no ano passado.
Do total de internações no RS no período, 5.719 foram relacionadas a doenças de transmissão feco-oral (diarreias) e outras 5.796 foram transmitidas por insetos vetores (dengue, febre amarela, filariose e malária).
Além disso, o Estado teve 435 internações ocasionadas por Doenças transmitidas através do contato com a água (como a esquistossomose), 242 hospitalizações por doenças relacionadas com a higiene (incluem as doenças dos olhos e as doenças da pele) e 30 internações causadas por geohelmintos e teníases (causadas por todos os vermes de formas e tamanhos variados, transmitidas principalmente pelo contato com o solo contaminado).
O trabalho também comparou os dados do ano passado com os de 2008, apontando uma redução de 4,3% no número total de internações em razão de ás condições de saneamento no RS. As maiores quedas se deram nas internações por doenças relacionadas à higiene (-11,1%) e por doenças de transmissão feco-oral (-8,2%).
Por outro lado, o Estado teve um significativo aumento nas internações por doenças transmitidas por inseto vetor, que cresceram 27,8% entre uma análise e a outra.
Custos
Em 2024, as 344,4 mil internações por DRSAI no Brasil custaram um total de R$ 174,309 milhões. O grupo de doenças transmitidas por inseto vetor respondeu por 48,9% do total, ou R$ 85,236 milhões no ano. O grupo de doenças de transmissão feco-oral respondeu por 44,0% do total ou R$ 76,706 milhões no ano.
No RS, foram gastos R$ 6,2 milhões em hospitalizações relacionadas a estas doenças, com um custo médio de R$ 509,83 por internação.
Óbitos
O trabalho do Trata Brasil também levantou o número de mortes causadas em razão de precariedade no saneamento, com os dados sendo relativos ao ano de 2023. No Brasil, naquele ano, foram 11.544 óbitos por DRSAI. No Rio Grande do Sul, o total de mortes chegou a 398, sendo a maior parte causadas por doenças de transmissão feco-oral (314).

Notícias relacionadas

Comentários

0 comentários