Cinco anos após a chegada da Covid-19 ao Rio Grande do Sul, marca alcançada nesta semana, o Estado acumula mais de 3,1 milhões de casos registrados da doença, que transformou rotinas, impactou a economia e deixou marcas profundas na sociedade. Em Porto Alegre, são mais de 348 mil infecções confirmadas. Hoje, o coronavírus segue circulando, mas a vacinação e a experiência adquirida na pandemia permitem um enfrentamento mais estruturado.
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O primeiro caso de Covid-19 no território gaúcho foi confirmado em 10 de março de 2020, um dia antes da Capital registrar sua primeira infecção. O paciente era um homem de 60 anos, morador de Campo Bom, que havia viajado para Milão, na Itália. Já em Porto Alegre, a primeira confirmação foi de uma mulher de 54 anos, vinda da região de Bérgamo, também no país europeu.
Com o passar do tempo, o avanço da pandemia levou à adoção de medidas como o fechamento de escolas e comércios, além da implementação de restrições de circulação. O sistema de saúde como um todo precisou se adaptar rapidamente, ampliando leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e reorganizando fluxos de atendimento.
A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, destaca que o Rio Grande do Sul conseguiu estruturar uma resposta rápida à crise sanitária. "Tivemos uma excelente organização, com intersetorialidade entre os departamentos e parcerias com diversas instituições, como universidades. Assim, conseguimos organizar a rede de assistência tanto na atenção primária quanto hospitalar", afirma.
Ela ressalta que o Estado teve um dos menores incrementos de óbitos registrados no País e que não houve colapso na oferta de leitos hospitalares. "Criamos projetos como o Testar-RS, que processava cerca de 8 mil amostras diárias para diagnóstico da Covid-19. Nossa atuação foi reconhecida nacionalmente", complementa.
Além do impacto na saúde pública, a pandemia, por outro lado, impulsionou avanços estruturais na rede de atendimento. Tani cita como legados positivos daquele período a ampliação da qualificação diagnóstica, a aquisição de novos equipamentos, a melhora na distribuição e conservação de vacinas, além do fortalecimento da assistência hospitalar.
É importante ressaltar ainda que, mesmo passada meia década desde o primeiro caso, o coronavírus segue circulando no Rio Grande do Sul, com monitoramento focado em casos de síndrome respiratória aguda grave. "Temos um painel de vírus respiratórios que acompanha a Covid, influenza e outros agentes. O perfil dos pacientes mais afetados segue similar: idosos, pessoas com comorbidades e, em menor escala, crianças", explica a diretora do Cevs.
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A vacinação continua sendo a principal ferramenta de proteção. "A adesão à última campanha, em 2024, ficou abaixo do esperado. Agora, o Ministério da Saúde adotou uma estratégia de vacinação contínua para grupos prioritários, como idosos, gestantes, crianças e pessoas com comorbidades", destaca Tani.