Em paralisação desde o fim da semana passada, o transporte por lotação de Porto Alegre retomou as operações nesta quarta-feira (5). A Secretaria de Mobilidade Urbana (SMMU) deve se reunir com representantes da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação da Capital (ATL) nos próximos dias para ouvir as demandas da categoria.
Das 18 linhas em atividade, 13 delas aderiram à greve motivada por questões econômicas. De acordo com o presidente da ATL, Magnus Isse, o transporte seletivo vem sofrendo desde o período da pandemia com a queda de passageiros e o surgimento dos aplicativos de transporte individual. “A situação piorou com o aumento de insumos, como o óleo diesel”, relata ele.
O dirigente afirma, ainda, que os problemas se iniciaram em 2020, “quando foram tomadas algumas medidas que prejudicaram muito o sistema lotação”. Segundo Isse, a tarifa do transporte seletivo era atrelada ao sistema de ônibus, “mas no momento em que a prefeitura começou a subsidiá-lo, eles simplesmente nos deixaram de fora e estamos há quatro anos sem reajuste”.

Serviço estava indisponível desde o fim da semana passada
TÂNIA MEINERZ/JC
Na sua avaliação, as vans clandestinas que circulam nas ruas a preços mais baixos do que os oficiais também contribuem para a dificuldade de a classe se manter na ativa. Por meio de nota, a SMMU informa que se reuniu com o prefeito Sebastião Melo na última segunda-feira (3) para discutir as dificuldades enfrentadas pela ATL para manter a operação do transporte seletivo de Porto Alegre. “As demandas trazidas seguem sendo analisadas dentro do governo”, afirma o comunicado.
O órgão ressalta, ainda, que a administração municipal tem um canal de diálogo aberto com a categoria e procurado caminhos para viabilizar a operação. “Diferentemente do transporte coletivo por ônibus, o sistema seletivo é custeado somente pelo pagamento da tarifa pelos usuários e não transporta usuários isentos. Em razão de diversos fatores, a demanda de passageiros da lotação vem diminuindo gradativamente.”
Além disso, a SMMU lembra que a modalidade, composta por 18 linhas, “é um sistema complementar à rede de ônibus urbanos, com ar-condicionado em 100% da frota, que oferece uma alternativa para os usuários que buscam agilidade, rapidez e conforto”.