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Publicada em 27 de Fevereiro de 2025 às 13:15

Sindicalistas pedem a inclusão da Trensurb no Programa de Modernização das Estatais

Trens transportam diariamente cerca de 100 mil passageiros na Região Metropolitana de Porto Alegre

Trens transportam diariamente cerca de 100 mil passageiros na Região Metropolitana de Porto Alegre

TÂNIA MEINERZ/JC
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Maria Amélia Vargas
Maria Amélia Vargas Repórter
Centrais sindicais aproveitaram a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Rio Grande do Sul, nesta semana para solicitar a retirada da Trensurb do Programa Nacional de Desestatização (PND) e a inclusão no Programa de Modernização das Estatais. Além de evitar que a empresa seja privatizada, o objetivo do grupo é conseguir recursos para a modernização das estatais deficitárias, visando melhorar a gestão e reduzir a dependência de subsídios.
Centrais sindicais aproveitaram a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Rio Grande do Sul, nesta semana para solicitar a retirada da Trensurb do Programa Nacional de Desestatização (PND) e a inclusão no Programa de Modernização das Estatais. Além de evitar que a empresa seja privatizada, o objetivo do grupo é conseguir recursos para a modernização das estatais deficitárias, visando melhorar a gestão e reduzir a dependência de subsídios.
Em encontro com a diretoria da empresa de trens urbanos, realizada na manhã de quarta-feira (26), que reuniu também representantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio Grande do Sul (CTB/RS), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no RS (Sintrajufe-RS), as entidades destacaram os benefícios que a Trensurb traz para a sociedade ao oferecer transporte público rápido, seguro e com uma das tarifas mais acessíveis do Brasil.
“A Trensurb é uma empresa pública reconhecida por sua eficiência operacional, transportando diariamente cerca de 100 mil passageiros na Região Metropolitana de Porto Alegre. A privatização de metrôs, como demonstrado por experiências internacionais, frequentemente resulta em aumento das tarifas, crescimento no índice de acidentes e queda na qualidade do serviço prestado”, ressalta o presidente da CTB/RS, Guiomar Vidor.
Na avaliação do presidente da CUT no Rio Grande do Sul, Amarildo Cenci, “o trem deveria participar do plano de mobilidade urbana da Região Metropolitana para que tenha conexões com o sistema de transporte rodoviário sobre pneus, mas que também se pense na possibilidade de fazer investimentos com trilhos até Sapiranga”.
O líder da CUT gaúcha destaca, ainda, que as centrais sindicais pretendem seguir com agendas de reuniões em Canoas, Novo Hamburgo e São Leopoldo. Na sequência, a ideia é irem a Brasília para reforçar o pedido junto ao governo federal. “Na tarde da própria segunda-feira, a Casa Civil se manifestou garantindo que a Trensurb não será vendida e que não haverá demissões”, pontuou Cenci.

Principais trechos da carta enviada pelas centrais sindicais à Lula:

- Pede a inclusão da Trensurb no Programa de Modernização das Estatais, visando melhorar sua gestão e reduzir a dependência de subsídios.
- Solicita a retirada da empresa de trens do Programa Nacional de Desestatização (PND), garantindo sua continuidade como empresa estatal.
- Ressalta que, na maioria dos locais onde se privatizou o metrô a tarifa aumentou, os índices de acidentes aumentaram, a qualidade do serviço piorou e, nos países onde isto ocorreu, os operadores passaram a exigir indenização e a devolução ao Estado.
- Destaca que, na grande maioria dos países, principalmente nos desenvolvidos, os metrôs são estatais. Londres, por exemplo, que havia privatizado o serviço, reestatizou seu metrô em 2023.
- Lembra que, diariamente, 100 mil passageiros se utilizam dos serviços, que tem capacidade de transportar 250 mil pessoas.
- Os seus usuários são, na maioria, trabalhadores e trabalhadoras das classes C e D, e uma possível privatização afetaria diretamente o acesso ao trabalho, à saúde e à educação.
- Declara que, ao manter seu caráter estatal a empresa, além de exercer papel social e constitucional, a Trensurb seguirá cumprindo “um importante papel na reorganização do sistema de mobilidade urbano dos municípios ao redor da Capital, que hoje apresenta caótico, sem qualquer tipo de integração modal ou tarifária, com sobreposições de linhas, equipamentos ultrapassados e com tarifas caras”.

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