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Publicada em 19 de Fevereiro de 2025 às 15:20

Ufrgs formaliza boletim de ocorrência contra formando que usava suástica

Demais entidades estudantis emitiram nota de repúdio

Demais entidades estudantis emitiram nota de repúdio

SECOM UFRGS/DIVULGAÇÃO/JC
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A Universidade Federal do Rio Grande do Sul formalizou um boletim de ocorrência após um formando tentar participar de formatura ostentando símbolos supostamente nazistas no rosto na última terça-feira (18). Demais entidades estudantis reiteraram que a ação configura crime e emitiram notas de repúdio.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul formalizou um boletim de ocorrência após um formando tentar participar de formatura ostentando símbolos supostamente nazistas no rosto na última terça-feira (18). Demais entidades estudantis reiteraram que a ação configura crime e emitiram notas de repúdio.
O atual vice-reitor da instituição, Pedro Costa, em suas redes sociais, publicou vídeo após o registro na Polícia Federal (PF). Na publicação, ele relata que a instituição universitária irá seguir, junto ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, com os devidos encaminhamentos.
A ação também foi classificada como crime pelo deputado estadual Leonel Radde (PT-RS). O parlamentar relatou ter dado entrada em um Boletim de Ocorrência na Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI).
O Sindicato dos Técnico-administrativos da Ufrgs da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (Assurgs) também manifestou nota de repúdio. Na publicação, reiterou natureza criminosa do ato, previsto no Código Penal Brasileiro. "Ainda que o indivíduo tenha alegado tratar-se de um símbolo do hinduísmo e, posteriormente, substituído as pinturas por outros desenhos, o fato é que, até ser advertido pelas autoridades universitárias, ele circulou em espaço público ostentando imagens que remetem diretamente a um dos regimes mais violentos e genocidas da história da humanidade" continua a nota.
Segundo a Assurgs, a postura assumida pelo estudante também representou desrespeito à instituição e comunidade universitária como um todo e foram classificados pelo como inaceitáveis em uma instituição pública e democrática. "Diante disso, deveria o sujeito ter sido retirado da cerimônia, por quebra de decoro", complementa o órgão.
Na formatura dos cursos de Engenharia Metalúrgica, Engenharia de Minas e Engenharia de Materiais, o formando foi proibido de participar da colação de grau com a suástica pintada no rosto. Ele alegou que se tratava de um símbolo hindu e negou que estava ostentando um símbolo nazista. Conforme nota expedida pela própria universidade, ele foi advertido que, se não apagasse a suástica, não poderia participar da cerimônia e seria encaminhado para a PF para registro de ocorrência e avaliação se era ou não um símbolo deste tipo que ele ostentava.
Diante dessa advertência, o aluno concordou em apagar a pintura da suástica e manteve no rosto outros símbolos, sem relação com o nazismo, com os quais permaneceu na cerimônia.
A entidade de técnicos-administrativos divergiu da Universidade no sentido de que, apesar de concordar que a Ufrgs agiu corretamente ao impedir que o indivíduo participasse da cerimônia com a suástica no rosto, deveria ter tomado medidas mais energéticas. Isso inclui condução dele às autoridades no ato. Por fim, exige que a UFRGS "tome as medidas administrativas cabíveis e que o caso seja rigorosamente investigado", diz o documento.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) classificou o episódio como "absurdo". A entidade estudantil relata que ainda nesta quarta-feira (19) enviará ofício à reitoria da universidade exigindo a anulação da entrega do diploma e da formatura do aluno. Tanto o órgão estudantil, quanto o sindicato profissional ressaltaram a necessidade de que casos do tipo não se repitam

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