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Publicada em 13 de Fevereiro de 2025 às 09:43

Mulher suspeita de matar quatro pessoas envenenadas com bolo é encontrada morta em presídio

Deise estava presa na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba desde o inicio de janeiro

Deise estava presa na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba desde o inicio de janeiro

ARTE/JC
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Arthur Reckziegel e Maria Amélia Vargas 
Arthur Reckziegel e Maria Amélia Vargas 
Em nota divulgada à imprensa na manhã desta quinta-feira (13), a Polícia Penal gaúcha informou que a detenta Deise Moura dos Anjos - suspeita de envenenar e matar quatro pessoas da própria família com arsênio no final do ano passado - morreu em sua própria cela, na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Os servidores a encontraram ainda viva, prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência que, ao chegar no local, constatou o óbito.
De acordo com a delegada de Policia Karoline Calegari, titular da DPPA de Guaíba, ela foi vista por agentes penitenciários pouco antes das 8h com uma camiseta ao redor de pescoço e sinais de enforcamento. "Os agentes entraram na cela e verificaram que ela ainda tinha pulso. Logo, começaram a prestar os primeiros socorros junto da equipe médica da unidade prisional e acionaram a Samu. Durante a prestação dos socorros foi constatado o óbito", afirmou a delegada. 
Karoline confirmou que Deise ficava sozinha na cela por ser uma presa temporária, por isso não se misturava com as outras detentas. "As circunstâncias preliminares indicam suicídio e não crime, mas isso ainda será confirmado após o fim das investigações, das perícias e depois que todas testemunhas tenham sido ouvidas."  
Há informações de que o marido de Deise, Diego Silva dos Anjos, teria entrado com o pedido de divórcio na quarta-feira (12), e teria entregue a sua aliança. Também foram encontrados em sua cela manuscritos que ainda não foram analisados, mas que podem indicar uma carta de despedida. 

Como fica a investigação a partir da morte? 

Karoline aponta que quando uma pessoa suspeita de crimes vem a óbito é extinta a sua punibilidade. Então a investigação só tem continuidade se houver suspeita de participação de outras pessoas nos atos criminosos.

Entenda o caso

Em 23 de dezembro, durante uma celebração de Natal em Torres, seis pessoas de uma mesma família consumiram um bolo envenenado com arsênio - três delas morreram em um curto período de tempo, duas foram internadas e uma foi liberada logo após o consumo. 
Com a confirmação, pela Polícia Civil, da presença do veneno, tanto no sangue, quanto na urina e no conteúdo estomacal das vítimas, foi identificado que a farinha era a fonte de contaminação.
As suspeitas de envolvimento de Deise nos envenenamentos ocorreram após a polícia confirmar que ela teria comprado arsênio quatro vezes em um período de quatro meses. Assim, foi decretada a prisão preventiva da suspeita no dia 5 de janeiro. 
Devido à hostilidades com outras detentas, no dia 6 de fevereiro, ela precisou ser transferida da penitenciária de Torres para Guaíba. Desde então, estava em cela isolada. 

Nota da Polícia Penal


A Polícia Penal informa que, durante a conferência matinal na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, a presa Deise Moura dos Anjos foi encontrada sem sinais vitais.

Imediatamente, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência que, ao chegar no local, constatou o óbito.

Deise estava sozinha na cela. As circunstâncias serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias

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