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Publicada em 12 de Fevereiro de 2025 às 19:01

Mais de 1,6 mil escolas estaduais não contam com ar-condicionado no RS

Ao todo, 700 mil estudantes voltam às aulas na rede pública de ensino nesta quinta-feira

Ao todo, 700 mil estudantes voltam às aulas na rede pública de ensino nesta quinta-feira

FERNANDA FELTES/ARQUIVO/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Mesmo com chuva em algumas regiões do Rio Grande do Sul, as temperaturas continuam elevadas. Em Porto Alegre, os termômetros registraram mais de 31°C nesta quarta-feira (12). Nesse cenário, 700 mil alunos da rede pública do Estado voltam às aulas nesta quinta-feira (13), após o Tribunal de Justiça (TJRS) derrubar a liminar que adiava o retorno das aulas. Das 2,3 mil instituições, 633 contam com ar-condicionado, e mais de 800 devem começar o ano letivo com demandas na rede elétrica. Os dados foram confirmados na tarde desta quarta pela secretária de Obras Públicas do Estado, Izabel Matte. De acordo com ela, esse “número era maior”. No final do ano passado, eram mais de 1 mil escolas com pendências na rede elétrica. A reforma passa por um processo criterioso e composto de etapas, com objetivo de garantir segurança e eficiência, de acordo com as normas técnicas vigentes. As pendências, no entanto, dificultam a instalação de ar-condicionado nas salas de aula, motivo que levou o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers Sindicato) a pedir o adiamento do ano letivo para a próxima segunda-feira (17). Um dos motivos que explicam o número de escolas com demandas elétricas, segundo a secretária, é o histórico de investimentos do Estado no setor. “Temos o conhecimento do nível de baixos investimentos que o Estado tinha até pouco tempo, o que levou a termos dificuldades na rede escolar”. De acordo com ela, o modelo de contrato utilizado nas obras era o “um por um”. Desde março de 2024, a Secretaria de Obras Públicas (SOP) utiliza a contratação simplificada, modalidade que permite a manutenção das escolas de uma forma agilizada. “Anteriormente, demorava cerca de 400 dias entre a solicitação e a ordem de início. Hoje, são 90. Queremos diminuir mais”, salienta Izabel. Neste ano, o modelo se aplica em todas as regiões do Estado.
Mesmo com chuva em algumas regiões do Rio Grande do Sul, as temperaturas continuam elevadas. Em Porto Alegre, os termômetros registraram mais de 31°C nesta quarta-feira (12). Nesse cenário, 700 mil alunos da rede pública do Estado voltam às aulas nesta quinta-feira (13), após o Tribunal de Justiça (TJRS) derrubar a liminar que adiava o retorno das aulas. Das 2,3 mil instituições, 633 contam com ar-condicionado, e mais de 800 devem começar o ano letivo com demandas na rede elétrica.

Os dados foram confirmados na tarde desta quarta pela secretária de Obras Públicas do Estado, Izabel Matte. De acordo com ela, esse “número era maior”. No final do ano passado, eram mais de 1 mil escolas com pendências na rede elétrica. A reforma passa por um processo criterioso e composto de etapas, com objetivo de garantir segurança e eficiência, de acordo com as normas técnicas vigentes.

As pendências, no entanto, dificultam a instalação de ar-condicionado nas salas de aula, motivo que levou o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers Sindicato) a pedir o adiamento do ano letivo para a próxima segunda-feira (17). Um dos motivos que explicam o número de escolas com demandas elétricas, segundo a secretária, é o histórico de investimentos do Estado no setor. “Temos o conhecimento do nível de baixos investimentos que o Estado tinha até pouco tempo, o que levou a termos dificuldades na rede escolar”.

De acordo com ela, o modelo de contrato utilizado nas obras era o “um por um”. Desde março de 2024, a Secretaria de Obras Públicas (SOP) utiliza a contratação simplificada, modalidade que permite a manutenção das escolas de uma forma agilizada. “Anteriormente, demorava cerca de 400 dias entre a solicitação e a ordem de início. Hoje, são 90. Queremos diminuir mais”, salienta Izabel. Neste ano, o modelo se aplica em todas as regiões do Estado.
A secretária ainda reforça que o diálogo sobre a climatização nas escolas “é importante”, mas afirma que não irá se contentar em entregar instituições que podem ter ar-condicionado, mas que estão com estruturas interditadas. “Temos que ter a devida atenção, inclusive, para inundações”. Das mais de 600 escolas impactadas pelas enchentes, nove ainda estão fechadas. Os alunos, no entanto, seguem as atividades em outros espaços.

Instalação de ar-condicionado pode exigir reforma completa da rede elétrica

Escola Willian Schiller conta com ar-condicionado em 15 salas com recursos de programa estadual

Escola Willian Schiller conta com ar-condicionado em 15 salas com recursos de programa estadual

Esc Willian Schiller/Divulgação/JC
Para melhorias nas escolas da rede pública do Rio Grande do Sul, foram destinados R$ 180 milhões por meio do programa estadual Agiliza Educação.
Nas redes sociais, o governador Eduardo Leite reforçou que o investimento total, desde o início do programa, em 2021, passa de R$ 503,2 milhões. Os recursos podem ser utilizados em despesas de custeio, incluindo a compra de ar-condicionado e ventiladores.

Das 2,3 mil escolas da rede estadual gaúcha, 633 possuem ar-condicionado, enquanto mais de 1,6 mil não contam com o equipamento.
“Estamos nos sentido privilegiados nesta época. Há quatro anos já estávamos atentos às questões climáticas, todas as nossas 15 salas contam com ar-condicionado”, conta a diretora Santina Corrêa, da Escola Estadual de Ensino Fundamental William Richard Schisler, localiza no bairro Menino Deus. O local conta com 430 alunos do primeiro ao nono ano.

A escola recebe recursos do Agiliza desde a pandemia. A diretora, porém, não conseguiu quantificar o montante, mas considera “uma verba boa”.
Segundo o professor de engenharia elétrica da Escola Politécnica da Pucrs, Alexandre Hugo da Silveira, para a instalação de um ar-condicionado é necessário tanto a parte elétrica quanto a parte de treno do próprio equipamento. “Eles possuem uma carga elétrica considerável, o que precisa de uma rede reforçada de cabos, disjuntores e subestações que estejam qualificadas”, explica Silveira. O procedimento, inclusive, pode exigir uma reforma geral na instalação elétrica. “Em alguns casos, é necessário uma nova subestação e um novo transformador. Não é algo simples”, avalia.
Este é o caso da Escola Dr. Martins Costa Jr, localizada na Zona Leste da Capital. Segundo a diretora Jane Matos, o local foi impactado por uma sequência de vendavais, o que resultou na troca de uma subestação “por uma energia de baixa tensão”, que impede a instalação de ar-condicionado. Cada sala de aula conta com dois ventiladores e, conforme a diretora, os ambientes são ventilados. “Com esse calor que está fazendo, o vento dos ventiladores saem quentes”, conta.

Jane também explica que a escola conta com o projeto de reforma elétrica e subestação desde 2023, “só faltando a SOP realizar os trâmites de contratação de empresa para fazer”.
Já no caso de ventiladores, “o cenário é simplificado por conta da carga elétrica, geralmente, já estar dentro do cálculo do projeto das escolas. As que não possuem, caem no mesmo cenário referente ao ar”, complementa Silveira. De acordo com ele, caso seja necessário uma nova subestação, a obra acaba sendo “mais demorada devido a aprovação da concessionária de energia. A próprio rede externa pode não ser suficiente, o que exigiria a troca por parte da concessionária".

Questionada sobre o número de escolas com ventiladores, a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) não retornou até o fechamento desta reportagem.

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