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Publicada em 01 de Fevereiro de 2025 às 17:06

Atividade pelo fim da violência contra a mulher chega a Torres

Mobilização pelo fim da violência contra mulheres deve chegar a outros municípios do litoral gaúcho em fevereiro

Mobilização pelo fim da violência contra mulheres deve chegar a outros municípios do litoral gaúcho em fevereiro

PAULO ROBERTO SILVA/DIVULGAÇÃO/JC
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Agências
Os veranistas que foram à praia neste sábado (1), em Torres, no Litoral Norte, puderam acompanhar uma grande mobilização pelo fim da violência contra as mulheres. A atividade, chamada Verão Sem Machismo, chega este ano à oitava edição, e reuniu lideranças políticas e apoiadores da causa, promovendo conversas e distribuindo materiais informativos para os veranistas.
Os veranistas que foram à praia neste sábado (1), em Torres, no Litoral Norte, puderam acompanhar uma grande mobilização pelo fim da violência contra as mulheres. A atividade, chamada Verão Sem Machismo, chega este ano à oitava edição, e reuniu lideranças políticas e apoiadores da causa, promovendo conversas e distribuindo materiais informativos para os veranistas.
O Comitê Gaúcho ElesPorElas (HeForShe), vinculado à ONU Mulheres, a Assembleia Legislativa, por meio da Frente Parlamentar de Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, e a Defensoria Pública do Estado organizaram a ação, que mobilizou dezenas de voluntários ao longo do dia na beira da praia.
Edegar Pretto, coordenador do comitê e idealizador da campanha, destacou que o foco é conscientizar os homens sobre seu papel no enfrentamento à violência de gênero.
Durante a manhã, voluntários caminharam pela orla vestindo camisetas com a frase “Violência Contra Mulher, Não” e abordaram banhistas para distribuir viseiras e o chamado "cartão vermelho", um cartaz com instruções para vítimas ou testemunhas de agressões. Às mulheres, a mensagem era de incentivo à denúncia, com destaque para o Disque 180, canal oficial para casos de violência contra a mulher.
"Essa iniciativa tem como foco o diálogo com os homens, pois o machismo e o feminicídio são realidades que precisam ser enfrentadas. A violência contra as mulheres é, majoritariamente, cometida por homens, e é essencial que eles repensem suas atitudes e transformem sua consciência", afirmou Edegar.
"Quando se entende que o ‘não’ de uma mulher deve ser respeitado em qualquer circunstância, damos um passo fundamental para a construção de um mundo mais justo e igualitário. Foi com esse propósito que criamos o Verão Sem Machismo: porque é com os homens que essa conversa precisa acontecer", acrescentou.
Um levantamento recente do Comitê ElesPorElas e da Frente Parlamentar aponta que, ao longo dos últimos cinco anos, o Rio Grande do Sul registrou 444 feminicídios, 12.485 estupros e 93.690 agressões com lesão corporal contra mulheres. Apenas em 2024, foram 72 feminicídios, sendo que a maioria das vítimas (61) foi morta por companheiros ou ex-parceiros dentro de casa. Este ano, o cenário continua preocupante: só em janeiro, pelo menos dez mulheres foram vítimas de feminicídio no estado.
Para o deputado Adão Pretto Filho, coordenador da Frente Parlamentar, o engajamento da sociedade e o investimento do poder público são fundamentais para reverter esse quadro.
“Essa conscientização também serve para que a população se sensibilize e cobre do poder público mais investimento e ações que possam coibir a prática da violência contra a mulher. Infelizmente, as estatísticas mostram que no verão aumentam os casos de agressões, tentativas de feminicídio e feminicídios consumados. E é por isso que estamos aqui falando com as pessoas, explicando olho no olho as razões de essa ser uma causa de todos nós. Dos feminicídios registrados em 2025, todos foram causados por homens”, afirmou.
A ação foi bem recebida pelos veranistas. Durante a mobilização, muitas pessoas pararam para ouvir as abordagens e interagir com os organizadores, reforçando o impacto da campanha. Outras atividades do Verão Sem Machismo estão previstas ao longo de fevereiro em diferentes pontos do litoral gaúcho.

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