A partir desta quarta-feira (29), o Centro de Monitoramento e Alerta (Cemadec) da Defesa Civil de Porto Alegre passa a contar com um serviço de leitura de dados de estações hidrometeorológicas, radares, satélite e outros meios captados 24 horas por dia. O sistema que gera boletins diários, semanais e mensais conta com oito técnicos, entre meteorologistas, hidrólogos e geólogos.
De acordo com o secretário municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, a implementação do sistema faz parte do Programa Porto Alegre Forte, que se iniciou após a enchente de maio de 2024 e recebeu R$ 25,8 milhões. O projeto que atua em várias frentes, como na infraestrutura, habitação, transformação urbana e financeiro, econômico e na adaptação climática. “Neste último, nosso objetivo é a prevenção, aprender com tudo isso e fazer a nossa cidade ser mais resiliente”, reforça o titular da pasta.
De acordo com a coordenadora da Sala de Monitoramento, Natália Pereira, Porto Alegre é considerada uma das cidades com maior vulnerabilidade às mudanças climáticas devido as suas condições geográficas: "Não basta eu dar só a previsão do acumulado chuva, mas dar um detalhamento do tempo que isso vai levar, porque a mesma quantidade de chuva em um dia ou em uma hora terá consequências diferentes”.
Por isso, segundo a meteorologista, o que se espera desta plataforma são alertas mais precisos para diversas regiões da cidade, auxiliando nas tomadas de decisões. Nesse sentido, foram colocados 10 módulos eletrônicos, instalados em áreas de maior risco, com medição da quantidade de chuva, velocidade e direção do vento, temperatura, umidade, pressão, qualidade do ar, radiação solar e vibração da terra. Partem desses equipamentos os sinais de alerta para a população.
Por meio das variáveis analisadas, o novo sistema tem capacidade de também monitorar o nível do Guaíba e demais rios que têm ligação com o lago, como Jacuí, Caí, Gravataí e dos Sinos. Além disso, pode emitir alertas, implementar metodologias para estimativa de riscos de escorregamento em áreas críticas e validar dados públicos de estações meteorológicas e hidrológicas. Os boletins e avisos são replicados automaticamente nas mídias sociais e demais canais e plataformas da Defesa Civil de Porto Alegre.
Na avaliação do prefeito Sebastião Melo, este refinamento de dados será fundamental para situações como o fechamento das comportas do sistema de proteção contra cheias no ano passado. “Então, esse processo precisa ter um refinamento para a sua credibilidade, porque se nós alertarmos sobre informações de totens instalados lá no Sarandi, lá no Guarujá, e vier uma coisa falsa, o cidadão não vai mais acreditar em nós”, afirma Melo.
Principais fontes dos dados
- Defesa Civil de Porto Alegre/DCPA
- Departamento de Recursos Hídricos/SEMA-RS
- Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)
- Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden)
- Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)
- Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos da Secretaria da Agricultura, Pecuária, ProduçãoSustentável e Irrigação (Simagro)/SEAPI-RS
- Sistema Integrado de Monitoramento e Alerta do Estado do Rio Grande do Sul (Sima-RS)
- Companhias de geração de energia elétrica
- Companhias de saneamento