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Publicada em 09 de Janeiro de 2025 às 18:25

Fenômeno La Niña não deve ocorrer em 2025, afirma especialista

Projeção do NOAA previa condições para o La Niña entre final de 2024 e início de 2025, mas o fenômeno não se concretizou

Projeção do NOAA previa condições para o La Niña entre final de 2024 e início de 2025, mas o fenômeno não se concretizou

NOAA/Reprodução/JC
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Nico Costamilan
Nico Costamilan Repórter
O fenômeno La Niña, projetado para atingir o hemisfério Sul entre o último trimestre de 2024 e os primeiros meses de 2025, não chegou à região no tempo previsto. Embora projeções como a do Centro de Meteorologia e Oceanografia dos Estados Unidos (NOAA) estivessem à espera do La Niña, meteorologista da Climatempo indica que já se descarta a ocorrência neste ano. Segundo especialistas, a ausência do fenômeno pode ser positiva para o Rio Grande do Sul.
O fenômeno La Niña, projetado para atingir o hemisfério Sul entre o último trimestre de 2024 e os primeiros meses de 2025, não chegou à região no tempo previsto. Embora projeções como a do Centro de Meteorologia e Oceanografia dos Estados Unidos (NOAA) estivessem à espera do La Niña, meteorologista da Climatempo indica que já se descarta a ocorrência neste ano. Segundo especialistas, a ausência do fenômeno pode ser positiva para o Rio Grande do Sul.
Com a expectativa de chegada à região Sul, o La Niña preocupava agricultores gaúchos pelo impacto direto na agricultura e na pecuária, já que o fenômeno é conhecido por causar períodos de seca, prejudicando o desenvolvimento das lavouras e reduzindo a produção de carne e leite na região.

Projeção do NOAA previa condições para o La Niña entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, com uma transição para um período mais neutro entre março e maio de 2025. No entanto, segundo o meteorologista Guilherme Borges, o fenômeno não virá mais em 2025. “Geralmente, o pico desses fenômenos ocorre em dezembro, em que há um máximo de variabilidade em torno da temperatura, para menos e também para mais”, diz.

Borges destaca que a previsão para os próximos meses é de condição de resfriamento presente, mas dentro da neutralidade. “A tendência é que continue da maneira que está. Ainda devemos ter, entre janeiro e fevereiro, essa condição mais fria, e depois as temperaturas voltam a aquecer naturalmente no Pacífico”.

O fenômeno climático La Niña, inverso do El Niño, tem origem natural e corresponde ao resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, com alta influência no clima dos continentes. Segundo a professora Eliana Fonseca, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), os efeitos do fenômeno variam conforme a posição em que se encontra no planeta, - no Brasil, varia também de acordo com a região afetada. “No Rio Grande do Sul, os efeitos que são esperados são menos chuva, um período de menor precipitação, e também um aumento de temperatura”, indica a professora.

Segundo Eliana, a não vinda do La Niña é positiva para o Rio Grande do Sul. “Para nós, [La Niña] é ruim porque diminui a disponibilidade de água para as plantas, para agricultura, para o bioma pampa, para as árvores, para a cidade como um todo e para as pessoas”.

Já para o meteorologista Borges, as condições menos intensas para o fenômeno são uma ótima notícia para que as temperaturas e chuvas permaneçam em estado de normalidade, e evitem a ocorrência de climas intensos como os vivenciados pelos gaúchos em 2024. “É uma boa notícia frente aos extremos que o Rio Grande do Sul vem sofrendo, como aqueles efeitos de chuva extremamente absurdos - potencializados também pelo fenômeno El Niño.”

Ele explica que com a fase oposta do El Niño, havia uma grande preocupação devido aos seus efeitos de seca, que agora permanecem em neutralidade. “Sem extremos de chuva e de temperatura, e sem impactos mais significativos, é positivo para a agricultura. E para outras coisas também – todos os comércios do Rio Grande do Sul agradecem.”

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