A visão empreendedora e reestruturadora do empresário Luiz Cláudio Galeazzi, morto neste domingo, em acidente aéreo em Gramado, foi ponto de contato com o gaúcho Edilson Deitos. Juntos, adquiriram e recuperaram a Credeal, de Serafina Corrêa, que já foi uma das maioores fabricantes de cadernos do País. E superaram três anos de dificuldades antes de recolocar a empresa na rota do crescimento.
Alertado por um membro da diretoria da Credeal sobre o envolvimento de Galeazzi na tragédia na Serra, Deitos ficou consternado. "Não temos nem para quem enviar nossas condolências", disse ao JC, em referência à morte de toda a família do empresário paulista no acidente.
Os dois se conheceram há cerca de cinco anos. Deitos buscava um fundo de investimentos para readquirir a empresa fundada pelo pai e vendida posteriormente. O negócio passava por dificuldades, e a ideia era reestruturá-lo, especialidade de Galeazzi.
Os dois acabaram entrando juntos na operação, que levou à profissionalização da Credeal. Galeazzi integrava o Conselho Consultivo ao lado do sócio gaúcho. E conversavam frequentemente. Até que a transformação tivesse sido completada.
A compra ocorreu seis meses antes da pandemia de Covid-19, quando as restrições de convívio social fizeram cair as vendas de material escolar. Durante dois anos, a empresa teve dificuldades para seguir operando. E, logo em seguida, a guerra na Ucrânia levou ao embargo econômico pela Rússia e à falta de papel no mercado brasileiro.
"Recentemente, fazíamos duas reuniões mensais, de forma virtual. Tínhamos a mesma idade (61 anos), e perfis semelhantes. O papel dele foi muito importante. Felizmente, hoje a Credeal está em franco crescimento e recuperou a sua marca forte", finaliza Deitos.