Pela segunda vez, em menos de cinco anos, a comunidade escolar de todo o Brasil se depara com o “novo ensino médio”. Após as críticas ao sistema implementado desde 2022, que ampliou a carga horária e a grade curricular, novas normas passam a valer a partir do próximo ano. A principal diferença está nas horas destinadas à Formação Geral Básica (FGB).
A lei nº 14.945/2024 determina um aumento de 600 horas nas disciplinas de português, inglês, artes, educação física, matemática, ciências da natureza e ciências humanas, passando das atuais 1.800 horas para 2.400. A fim de completar as 3 mil horas durante o ensino médio, a carga horária mínima dos itinerários formativos será de 600 horas.
A lei nº 14.945/2024 determina um aumento de 600 horas nas disciplinas de português, inglês, artes, educação física, matemática, ciências da natureza e ciências humanas, passando das atuais 1.800 horas para 2.400. A fim de completar as 3 mil horas durante o ensino médio, a carga horária mínima dos itinerários formativos será de 600 horas.
No Rio Grande do Sul, na maioria das escolas, os itinerários são as disciplinas destinadas aos projetos complementares, como o “Projeto de Vida”, por exemplo. Conforme o subsecretário de Desenvolvimento da Educação do Estado, Marcelo Jerônimo, o principal impacto será sentido pelos alunos do terceiro ano, com a matriz de transição. “Traz uma carga horária de formação básica muito maior do que está previsto, com o objetivo dos alunos completarem o ensino médio com as 2.400 de formação básica”.
No modelo vigente, “os alunos do primeiro e do segundo ano se dedicam, respectivamente, 800 e 600 horas para formação básica - totalizando 1.800. Para chegar em 2.400 horas em 2025, os alunos do terceiro ano terão que fazer mil horas”, detalha.
As 1068 escolas de ensino médio da rede pública do Rio Grande do Sul já utilizam as normas estabelecidas anteriormente, em 2022. O processo ocorreu de forma gradativa, e será repetido novamente. Durante a implementação, foram realizadas reuniões com a rede de ensino e com os alunos.
A principal crítica ao modelo implementado em 2022, tanto em escolas públicas quanto privadas, refere-se à falta de alterações no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “O processo de implementação segue o que foi planejado pelo governo federal. No entanto, já deveríamos ter a mudança do Enem”, detalha Jerônimo.
No modelo vigente, “os alunos do primeiro e do segundo ano se dedicam, respectivamente, 800 e 600 horas para formação básica - totalizando 1.800. Para chegar em 2.400 horas em 2025, os alunos do terceiro ano terão que fazer mil horas”, detalha.
As 1068 escolas de ensino médio da rede pública do Rio Grande do Sul já utilizam as normas estabelecidas anteriormente, em 2022. O processo ocorreu de forma gradativa, e será repetido novamente. Durante a implementação, foram realizadas reuniões com a rede de ensino e com os alunos.
A principal crítica ao modelo implementado em 2022, tanto em escolas públicas quanto privadas, refere-se à falta de alterações no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “O processo de implementação segue o que foi planejado pelo governo federal. No entanto, já deveríamos ter a mudança do Enem”, detalha Jerônimo.
De forma simplificada, a nova lei retoma as 2.400 horas destinadas à formação básica. Outras mudanças também estão previstas, incluindo a implementação de tecnologias. O MEC, no entanto, deixa claro que o ensino médio será ofertado de forma presencial.
A medida também é válida para as escolas de tempo integral, como é o caso do Colégio Tiradentes de Ijuí, no noroeste do Estado, que ocupa a sétima posição no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023, com a média em 7,3.
“Ainda estávamos no movimento de transição, quando a nova lei trouxe mais mudanças. O currículo do próximo ano já contempla o aumento das horas”, explica o coordenador da rede, o tenente coronel Humberto André Lucca. Haverá, portanto, uma troca da quantidade de horas, priorizando as disciplinas de formação básica. Segundo o coordenador, a falta de alterações no Enem foi vista como um “regresso” pelos alunos.
A medida também é válida para as escolas de tempo integral, como é o caso do Colégio Tiradentes de Ijuí, no noroeste do Estado, que ocupa a sétima posição no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023, com a média em 7,3.
“Ainda estávamos no movimento de transição, quando a nova lei trouxe mais mudanças. O currículo do próximo ano já contempla o aumento das horas”, explica o coordenador da rede, o tenente coronel Humberto André Lucca. Haverá, portanto, uma troca da quantidade de horas, priorizando as disciplinas de formação básica. Segundo o coordenador, a falta de alterações no Enem foi vista como um “regresso” pelos alunos.
Rede privada do RS afirma insegurança com a medida
Alunos do Colégio Notre Dame, de Passo Fundo, já se adapatam as mudanças na carga horária
Comunicand/Divulgação/JCA “reforma da reforma” do ensino médio também é um desafio para as escolas da rede privada do Rio Grande do Sul. Segundo o presidente do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe/RS), Oswaldo Dalpiaz, a publicação da lei gerou insegurança entre os diretores.
“Inicialmente, não era abordado o quê, quando e de que forma iria mudar. Próximo de virar o ano, apareceu uma nova lei. O que mais dificulta não são as mudanças, mas o tempo para realizar a implementação”, reforça Dalpiaz. De acordo com ele, as escolas estão se baseando no texto do Conselho Nacional, “esperamos orientações do Conselho Estadual”, complementa. O Conselho Estadual, no entanto, informou que está elaborando as orientações, que serão aprovadas até o dia 10 de janeiro.
Com 300 alunos no ensino médio, o Colégio Dom Bosco, no bairro Higienópolis, em Porto Alegre, se adapta às mudanças desde 2022. “Muitas discussões foram feitas nos últimos anos. As mudanças atendem uma educação de equidade? É para todos?”, questiona o coordenador Alexandro Possatto. A escola, no entanto, já atuava com uma carga horária maior do que o previsto pelo MEC. Mesmo assim, uma adequação será realizada para o próximo ano.
O cenário se repete em outras regiões do Estado. Em Passo Fundo, o Colégio Notre Dame aplica as normas de 2022 já nos alunos do terceiro ano. “No próximo ano, iremos oficializar isso e retomar as disciplinas de formação básica. Readequamos a questão das horas”, explica a coordenadora Catiucia Gomes. O colégio atende atualmente 305 alunos de ensino médio.
“Inicialmente, não era abordado o quê, quando e de que forma iria mudar. Próximo de virar o ano, apareceu uma nova lei. O que mais dificulta não são as mudanças, mas o tempo para realizar a implementação”, reforça Dalpiaz. De acordo com ele, as escolas estão se baseando no texto do Conselho Nacional, “esperamos orientações do Conselho Estadual”, complementa. O Conselho Estadual, no entanto, informou que está elaborando as orientações, que serão aprovadas até o dia 10 de janeiro.
Com 300 alunos no ensino médio, o Colégio Dom Bosco, no bairro Higienópolis, em Porto Alegre, se adapta às mudanças desde 2022. “Muitas discussões foram feitas nos últimos anos. As mudanças atendem uma educação de equidade? É para todos?”, questiona o coordenador Alexandro Possatto. A escola, no entanto, já atuava com uma carga horária maior do que o previsto pelo MEC. Mesmo assim, uma adequação será realizada para o próximo ano.
O cenário se repete em outras regiões do Estado. Em Passo Fundo, o Colégio Notre Dame aplica as normas de 2022 já nos alunos do terceiro ano. “No próximo ano, iremos oficializar isso e retomar as disciplinas de formação básica. Readequamos a questão das horas”, explica a coordenadora Catiucia Gomes. O colégio atende atualmente 305 alunos de ensino médio.