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Publicada em 30 de Novembro de 2024 às 11:51

Ação promove educação ambiental na Orla do Guaíba

Voluntários recolheram resíduos na beira do rio

Voluntários recolheram resíduos na beira do rio

Bárbara Lima/Especial/JC
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Bárbara Lima
Bárbara Lima Repórter
A manhã deste sábado (30) foi marcada por uma ação de educação ambiental na Orla do Guaíba, em Porto Alegre. A terceira edição do mutirão de coleta de resíduos reuniu cerca de 30 voluntários com o objetivo de recolher materiais descartados nas proximidades do rio. A iniciativa busca conscientizar a população sobre a importância da separação correta entre rejeitos e materiais recicláveis, que, ao final, se tornam fonte de renda para famílias de catadores e catadoras na capital gaúcha. Cerca de 600 pessoas estão envolvidas nas Unidades de Triagem (UTs) da cidade.Paula Medeiros, do Centro de Educação Ambiental da Bom Jesus e representante do Fórum de Catadores de Porto Alegre, enfatizou que a separação adequada de resíduos ainda representa um grande desafio. "Existem pessoas que recebem e manuseiam esses materiais, então é essencial promover essa conscientização", explicou. Ela também reforçou a importância do reaproveitamento de resíduos orgânicos, como rejeitos, por meio de composteiras urbanas. "Isso evitaria a contaminação dos resíduos secos", completou.Outro ponto levantado por Paula é a falta de reconhecimento e valorização dos trabalhadores. "Nós não recebemos pela prestação de serviços ao município. É fundamental que a prefeitura compreenda a relevância dessas pessoas. O contrato atual não é justo, já que os valores não são destinados ao pagamento dos trabalhadores", afirmou. Ela reforçou que uma nova proposta foi enviada ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), solicitando que cada trabalhador receba pelo menos um salário mínimo, mas que, até o momento, o pedido não avançou.Além do impacto ambiental, Paula ressaltou o papel socioeconômico das UTs, que empregam, majoritariamente, mulheres negras das periferias da cidade. "São mães solo. As unidades funcionam como ferramentas para incluir esse público vulnerável, permitindo que acompanhem o desenvolvimento de seus filhos dentro da comunidade enquanto garantem sua renda", destacou.Daiana Schwengber, sócia e fundadora da Apoema, consultoria especializada em sustentabilidade, classificou o evento como simbólico. "Realizamos essa ação três vezes ao ano. Não resolve o problema, mas aproxima as pessoas das cooperativas e mostra como hábitos inadequados contribuem para situações como as enchentes de maio em Porto Alegre", avaliou. Na edição de abril, o mutirão reuniu mais de 100 participantes, que coletaram 124 kg de resíduos, sendo 90% contaminados por alimentos e barro. Para a edição atual, a expectativa é recolher cerca de 40 kg.Patrícia Pereira, representante da Coca-Cola Femsa, apontou a importância da ação como espaço de diálogo com a comunidade. "No ano que vem, continuaremos realizando essas iniciativas", afirmou, reforçando a necessidade de levar a educação ambiental a diferentes bairros da cidade.
A manhã deste sábado (30) foi marcada por uma ação de educação ambiental na Orla do Guaíba, em Porto Alegre. A terceira edição do mutirão de coleta de resíduos reuniu cerca de 30 voluntários com o objetivo de recolher materiais descartados nas proximidades do rio. A iniciativa busca conscientizar a população sobre a importância da separação correta entre rejeitos e materiais recicláveis, que, ao final, se tornam fonte de renda para famílias de catadores e catadoras na capital gaúcha. Cerca de 600 pessoas estão envolvidas nas Unidades de Triagem (UTs) da cidade.

Paula Medeiros, do Centro de Educação Ambiental da Bom Jesus e representante do Fórum de Catadores de Porto Alegre, enfatizou que a separação adequada de resíduos ainda representa um grande desafio. "Existem pessoas que recebem e manuseiam esses materiais, então é essencial promover essa conscientização", explicou. Ela também reforçou a importância do reaproveitamento de resíduos orgânicos, como rejeitos, por meio de composteiras urbanas. "Isso evitaria a contaminação dos resíduos secos", completou.

Outro ponto levantado por Paula é a falta de reconhecimento e valorização dos trabalhadores. "Nós não recebemos pela prestação de serviços ao município. É fundamental que a prefeitura compreenda a relevância dessas pessoas. O contrato atual não é justo, já que os valores não são destinados ao pagamento dos trabalhadores", afirmou. Ela reforçou que uma nova proposta foi enviada ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), solicitando que cada trabalhador receba pelo menos um salário mínimo, mas que, até o momento, o pedido não avançou.

Além do impacto ambiental, Paula ressaltou o papel socioeconômico das UTs, que empregam, majoritariamente, mulheres negras das periferias da cidade. "São mães solo. As unidades funcionam como ferramentas para incluir esse público vulnerável, permitindo que acompanhem o desenvolvimento de seus filhos dentro da comunidade enquanto garantem sua renda", destacou.

Daiana Schwengber, sócia e fundadora da Apoema, consultoria especializada em sustentabilidade, classificou o evento como simbólico. "Realizamos essa ação três vezes ao ano. Não resolve o problema, mas aproxima as pessoas das cooperativas e mostra como hábitos inadequados contribuem para situações como as enchentes de maio em Porto Alegre", avaliou. Na edição de abril, o mutirão reuniu mais de 100 participantes, que coletaram 124 kg de resíduos, sendo 90% contaminados por alimentos e barro. Para a edição atual, a expectativa é recolher cerca de 40 kg.

Patrícia Pereira, representante da Coca-Cola Femsa, apontou a importância da ação como espaço de diálogo com a comunidade. "No ano que vem, continuaremos realizando essas iniciativas", afirmou, reforçando a necessidade de levar a educação ambiental a diferentes bairros da cidade.

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