Durante a celebração de seus 90 anos, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) fez anúncios que dialogam com o que o Estado viveu em maio. A reitora, Márcia Barbosa, e o vice-reitor, Pedro Costa, detalharam a intenção de criar a Secretaria Especial de Emergências Climáticas e Ambientais (Seecam) e o Centro de Gestão de Riscos Climáticos e Ambientais – esse último requer R$ 45 milhões, que está sendo buscado através de emenda parlamentar.
“Queremos criar uma sinergia entre as universidades do Rio Grande do Sul para resultar em algo equivalente ao IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas)”, explica a reitora sobre a secretaria, que não demandaria necessidade de financiamento à Ufrgs.
Atualmente, 120 pesquisadores já estão envolvidos em questões ligadas ao tema. O projeto, conforme Márcia, foi submetido ao Conselho Universitário.
Já o Centro de Gestão envolveria custos, como compra de equipamentos para indicar locais e horários mais assertivos sobre chegada da chuva, por exemplo. Ou dados relativos à temperatura do oceano e à velocidade do vento. “Não tínhamos instrumentos bons suficientes”, diz Márcia, citando a enchente.
Um dos desafios é tornar a Ufrgs referência para gestores públicos. Recentemente, uma consultoria da Holanda foi acionada para avaliar a cheia gaúcha. Algo que poderia ter sido feito com força de trabalho local, sustenta a reitora.
“Quem chamou a Holanda desconhecia coisas que a Ufrgs, a Universidade de Santa Maria (UFSM) e a Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) são capazes de fazer”, expôs a reitora.
Márcia justificou a investida em emendas parlamentares para captação de recursos por entender que “é onde o dinheiro no Brasil está”. Ela não descarta, no entanto, recorrer à iniciativa privada. Para a reitora, os parlamentares estão precisando de bons projetos tecnológicos.