Em meio à onda de violência que vem atingindo o 4° Distrito em Porto Alegre, comerciantes e empresários da região organizaram um ato em frente às torres do Ministério Público de Porto Alegre. Eles pedem maior atuação do poder público para conter a criminalidade, principalmente no período pós-enchente.
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Entre as reclamações, Arlei Romeiro, presidente da Associação dos Empresários do 4º Distrito Vítimas da Enchente, cita a dificuldade de manter os criminosos dentro da penitenciária para cumprir pena. "O 'prende e solta' do pessoal que comete delitos e invade as empresas à noite é algo que nos incomoda bastante. Muitas vezes são presos de manhã e durante à tarde são liberados. O empresário fica mais tempo ali registrando o boletim de ocorrência do que o próprio criminoso. Então queremos ver de que forma o Ministério Público pode nos ajudar a solucionar o problema", descreve.
De acordo com Romeiro, este é um problema que vem se agravando ainda mais após a enchente de maio. "A região está assustada. Já convidamos representantes do MP para participar da reunião com a comunidade e com as forças de segurança, mas não tenho a informação do porquê nunca compareceram", aponta.
Ele ainda aponta uma possível solução. "No passado tivemos uma onda de assaltos nos ônibus da cidade e na ocasião foi criada uma força-tarefa do MP juntamente com as forças de segurança pública para inibir o problema. Acreditamos que essa seja uma solução plausível para o contexto atual que estamos enfrentado", complementa Romeiro.
O vereador Ramiro Rosário (Novo) estava presente no ato e com um microfone em mãos dirigiu a palavra ao Ministério Público, batendo novamente na tecla da falta de participação do órgão junto à comunidade. "A realidade nas ruas do 4° Distrito de Porto Alegre é terrível. Como se não bastasse a enchente, neste ano estamos enfrentando uma epidemia de furtos, de roubo, de prostituição e tráfico de drogas em plena luz do dia. Foram organizados muitos encontros com a presença de vários órgãos, mas o MP nunca compareceu", alegou Rosário.
Manifestação do Ministério Público
"Nenhum cidadão precisa de intermediário para falar com o Ministério Público. A instituição está sempre aberta ao diálogo e pronta para atender a quem dela necessita. Respeitamos qualquer manifestação, mas reforçamos nossa disponibilidade de atender a sociedade gaúcha dentro dos limites de nossa área de atuação", se pronunciou o MP através de sua assessoria de imprensa.