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Publicada em 25 de Novembro de 2024 às 18:52

Servidores são afastados da Penitenciária Estadual de Canoas após homicídio

Segundo governador em exercício Gabriel Souza: 'afastamento não é uma confirmação de culpabilidade dos servidores'

Segundo governador em exercício Gabriel Souza: 'afastamento não é uma confirmação de culpabilidade dos servidores'

Vitor Rosa/Palácio Piratini/JC
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Fabrine Bartz
Fabrine Bartz Repórter
Depois da morte de Jackson Peixoto Rodrigues, de 41 anos - conhecido como Nego Jackson - na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), no último sábado (23), cinco servidores públicos foram afastados. Entre eles, o diretor do complexo prisional, dois servidores de turno, o chefe de segurança e o responsável por monitorar a galeria no momento do crime. As informações foram confirmadas pelo governador em exercício do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, durante coletiva de imprensa no Palácio Piratini na tarde desta segunda-feira (25). “Isso não é uma confirmação de culpabilidade dos servidores, mas no sentido de buscar uma apuração isenta, rigorosa e célere”, reforçou. Até o momento, dois criminosos foram autuados. Durante o período das investigações, a direção do presídio ficará sob responsabilidade do servidor Clédio Muller, da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Depois da morte de Jackson Peixoto Rodrigues, de 41 anos - conhecido como Nego Jackson - na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), no último sábado (23), cinco servidores públicos foram afastados. Entre eles, o diretor do complexo prisional, dois servidores de turno, o chefe de segurança e o responsável por monitorar a galeria no momento do crime.

As informações foram confirmadas pelo governador em exercício do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza, durante coletiva de imprensa no Palácio Piratini na tarde desta segunda-feira (25). “Isso não é uma confirmação de culpabilidade dos servidores, mas no sentido de buscar uma apuração isenta, rigorosa e célere”, reforçou. Até o momento, dois criminosos foram autuados. Durante o período das investigações, a direção do presídio ficará sob responsabilidade do servidor Clédio Muller, da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).
Jackson, líder de uma das facções que atua na Região Metropolitana de Porto Alegre, foi morto por sete disparos. Ele e o atirador estavam na mesma galeria, mas em celas diferentes.
Segundo o superintendente da Polícia Penal, Mateus Schwartz, foi utilizada uma pistola G2C, de 9 milímetros. A origem do armamento e a dinâmica de como se deu o assassinato de Jackson ainda serão esclarecidas pela Polícia Civil. Ele chegou a ser encaminhado para atendimento médico, mas não resistiu aos ferimentos. O nome do autor dos tiros, no entanto, não foi divulgado pelas autoridades.
Uma das hipóteses iniciais é de que a arma teria entrado na Penitenciária de Canoas por meio de um drone. “Não temos confirmações e não descartamos possibilidades de como a arma tenha entrado no presídio”, argumenta o governador. De acordo com ele, não há orientação contra abatimento de drones no entorno de presídios e a decisão fica a cargo do agente.
Jackson havia escrito uma carta alertando a situação. A reportagem, porém, não obteve acesso ao conteúdo do material. Durante as investigações, foram encontradas drogas e rádios. Entre as medidas de combate a este tipo de crime está o aumento no número de revistas para três por dia. Além disso, são realizadas varreduras em outros presídios do sistema prisional do Rio Grande do Sul.
Conforme o secretário de Segurança Pública, Sandro Caron, “foram mapeados os locais que poderiam ocorrer algum tipo de investida de grupos criminosos e dentro deste mapeamento, a Brigada Militar (BM) e a Polícia Civil atuam em ações de saturação”.

Em Porto Alegre e na Região Metropolitana, a Brigada Militar conta com o reforço de 500 profissionais, incluindo equipes de Choque, do Batalhão de Operações de Policiais Especiais (Bope) e do batalhão de aviação.

Jackson chegou a ser considerado o foragido mais procurado do Rio Grande do Sul em 2017, até ser capturado no Paraguai pela polícia da cidade de Pedro Juan Caballero. Posteriormente, ele foi transferido de volta para o Brasil. Esteve em presídios federais brasileiros até ser transferido para o Rio Grande do Sul, em 2020. Jackson foi transferido da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) para a Pecan, pois o bloqueio de celulares não estava com funcionamento pleno. Ele possuía antecedentes criminais por tráfico de entorpecentes, homicídio doloso, crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Desde o último final de semana, outra morte também ocorreu dentro da Penitenciária Estadual de Canoas. No entanto, segundo o Instituto Geral de Perícias (IGP), trata-se de causas naturais. O resultado da necrópsia ainda será divulgado. Uma terceira morte dentro do sistema prisional ocorreu em Montenegro. O governador Gabriel Souza esclareceu que o laudo também aponta questões naturais, sem vínculo com o caso de Jackson.

Nesta segunda-feira (25), ainda foram anunciados dois contratos de R$ 250 milhões para a construção de duas casas prisionais, sendo uma em São Borja e outra em Passo Fundo.

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