É comemorado, nesta segunda-feira (25), o Dia Nacional da Doação de Sangue. A data, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), tem por objetivo agradecer aos doadores e sensibilizar a sociedade da importância da doação.
O fim de ano que a sucede, porém, é marcado pela diminuição no número de doações. Após o período de férias e viagens, ocorre um aumento na demanda por doações, considerando a maior quantidade de acidentes em estradas. No momento, todos tipos de sangue estão sendo necessários no Hemocentro do Rio Grande do Sul (Hemorgs).
Somente no mês de outubro houveram 1.876 bolsas coletadas e, ainda sim, os estoques continuam baixos no Hemorgs, descreve a chefe da Divisão Técnica de Hemoterapia, Aline Gularte. O local, em Porto Alegre, abastece sozinho mais de 40 hospitais na Região Metropolitana, todo o Litoral e parte da Serra, da região dos vales e do centro do Estado.
"[O aumento da demanda] é uma coisa que nos preocupa bastante, porque estamos entrando no mês de dezembro com estoques esvaziados", descreve Alina. O órgão solicita que, dentro do possível, se faça a doação antes das férias. Caso o indivíduo esteja ainda dentro do intervalo mínimo entre os procedimentos, pode ainda realizá-la posteriormente no Litoral. "Orientamos que procurem o hospital de Tramandaí, que tem uma unidade de coleta de sangue que trás para cá para distribuirmos", complementa.
Durante cerimônia realizada na tarde desta segunda-feira, o Hemorgs foi visitado por diferentes doadores. Alguns foram até o local em grupos, com familiares ou empresas. O Projeto Caravana Salvando Vidas, por exemplo, trouxe a Escola Genuíno Sampaio, de Sapiranga, para doações. De forma fretada, 36 alunos ajudaram a abastecer o hemocentro.
Caravana comparece para doações uma vez por mês com fretação da prefeitura de Sapiranga
João Arnhold/Divulgação/JC
O que hoje é apoiado pela prefeitura do município começou há sete anos, iniciativa da professora de Português e Literatura, Estela Dias Schäffer, após o falecimento do irmão, também doador. "Foi um impulso para começar. Eu comecei vindo, com meu carro mesmo. Agora a gente vem uma vez por mês, normalmente com um ônibus de 30 a 40 lugares", conta a professora. Essa é a primeira vez que o projeto comparece junto a uma escola. Estela complementa que pretende realizar essa ação mais vezes na cidade, em outras instituições de ensino.
Há quem aproveitou o dia "para ajudar as pessoas, já que o sangue é usado para várias coisas, como cirurgias". É o que diz Alexandre Pereira Cardoso, vigilante patrimonial de 51 anos, que foi acompanhado da filha. Ele diz que costuma doar corriqueiramente, desde muito tempo, sem motivo específico além de proporcionar ajuda aos bancos de sangue. Relata que, embora já tenha doado em vários locais de Porto Alegre, deu preferência, dessa vez, ao Hemocentro, sendo o motivo principal a proximidade local.
O empresário Cláudio Silva dos Reis, em contrapartida, doou sangue pela primeira vez junto a alguns funcionários da sua empresa, por necessidade de um familiar. "Para mim, particularmente, não era corriqueiro, não sei até se posso ou não posso doar, vou descobrir agora. Mas com certeza se eu puder ser doador, vou vir novamente", garante.
Ampliação da rede
Até o momento, o Rio Grande do Sul possui 35 espaços com pontos de coleta, após inauguração da Rede de Apoio de Doação de Sangue, para 497 municípios. Além disso, há mais hemocentros em Passo Fundo, Santa Rosa, Santa Maria, Pelotas, Caxias do Sul, Alegrete, Cruz Alta e Porto Alegre, além de núcleos hemoterápicos gerais em diversos hospitais.
Segundo a Secretária de Saúde do RS, Arita Bergmann, serão inaugurados dois pontos da Rede de Apoio nos municípios de Estância Velha e Portão. "Ter uma rede de apoio no seu território facilita o ato voluntario de doar sangue, evitando que as pessoas tenham que viajar para locais mais distantes".
Os hemocentros são grandes unidades que fazem o processamento de sangue. Já os pontos de apoio são para coleta, e envio posterior aos devidos órgãos.