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Publicada em 18 de Novembro de 2024 às 10:17

Especialista defende o uso produtivo de telas em sala de aula

Guilherme Fortes é fundador da EdTech Codifica, empresa criada para disseminar o conhecimento em tecnologia, inovação e pensamento computacional

Guilherme Fortes é fundador da EdTech Codifica, empresa criada para disseminar o conhecimento em tecnologia, inovação e pensamento computacional

Codifica/Divulgação/JC
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Maria Amélia Vargas
Maria Amélia Vargas Repórter
Com o avanço na Comissão de Educação (CE) da Câmara de Deputados do projeto de lei 104/2015, que proíbe o uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos portáteis em salas de aula, e a aprovação de PL semelhante na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o tema voltou aos holofotes nas últimas semanas.
Com o avanço na Comissão de Educação (CE) da Câmara de Deputados do projeto de lei 104/2015, que proíbe o uso de celulares e outros aparelhos eletrônicos portáteis em salas de aula, e a aprovação de PL semelhante na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o tema voltou aos holofotes nas últimas semanas.
Para entender melhor os prós e os contras de legislações como estas e seus reflexos na vida das crianças e adolescentes dentro e fora das salas de aula, o Jornal do Comércio conversou com o fundador da EdTech Codifica, Guilherme Fortes.
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Jornal do Comércio – Na sua avaliação, banir o uso de telas na sala de aula é uma alternativa correta?
Guilherme Fortes – Primeiro é preciso esclarecer que a proibição sobre o uso do celular em sala de aula, não é sobre o uso de tela. Eu acho que isso é algo que tem que ser bem explicado. Por exemplo, o professor está projetando alguma coisa, com as telas interativas, ajuda muito na aprendizagem.
JC – Em relação ao celular nas escolas, o senhor é a favor ou contra?
Fortes – Eu acho que, de maneira geral, o celular não acrescenta na sala de aula. Na minha opinião é uma distração ao estudante durante o colégio, desvia a atenção do foco principal, que é a atividade de aprendizagem que o professor está desenvolvendo com os estudantes. De maneira geral, eu acho que a restrição do uso dentro de sala de aula é importante, porque a criança e o adolescente não têm um discernimento assim de dosagem.

JC – Essa seria uma forma de aumentar o interesse dos alunos pelos conteúdos escolares?
Fortes – Mas também não é por não ter a tela do smartphone que o aluno vai automaticamente prestar atenção na aula. Eu acho que mudou muito na forma de se ensinar e na forma de aprender. E hoje, por todo acesso que uma criança e um adolescente têm, a aula tem que ser muito interativa, tem que provocar o estudante a colaborar. A maneira de aprender não é mais expositiva.
JC – Qual é a melhor forma de se utilizar as telas em favor da aprendizagem?
Fortes – A maneira mais eficaz de se utilizar as telas na educação é de uma forma em que o estudante seja o produtor, ou seja, fazendo com que ele use aquilo para produzir as coisas que vai precisar para aquela aula. Eu acho que o que o mais importante é o aluno sair um pouco do papel de consumidor entrar no papel de protagonista. Ele precisa entender como utilizar aquele recurso tecnológico como um meio para construir coisas.
JC – De que forma, na prática, isso pode ser feito?
Fortes – O aluno pode construir uma apresentação, um relatório, a partir do uso de uma ferramenta de design. É uma oportunidade dele não ser simplesmente um usuário passivo. Ele vai ter um uso ativo na aula e em casa, provavelmente, vai jogar um videogame ou usar as redes sociais.

JC – Como o professor pode estimular esse uso positivo das telas?
Fortes – Em vez de pedir para fazer um resumo de livro, sugerir para se montar um vídeo sobre determinado assunto, um vídeo expositivo. Ou propor de se fazer um áudio de podcast para aprofundar um determinado assunto dado em sala de aula. Pode-se pedir para o aluno programar criar um jogo sobre a matéria que ele está aprendendo. Assim, o engajamento do aluno ele aumenta né?

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